Ler é Bom, Vai! Ascensão, de Stephen King

Ler é Bom, Vai! Ascensão, de Stephen King

Stephen King é conhecido por criar histórias bizarras, mas sempre com um toque humano. Em meio a todas as criaturas sobrenaturais de seus romances, suas histórias são sobre pessoas e seu processo de amadurecimento.

Ascensão, lançado pela editora Suma, é a narrativa mais pessoal do autor. É sobre se despedir, é sobre colocar as diferenças de lado, muitas delas por algo tão torpe. É algum momento, o protagonista do livro fala como se fosse Stephen King para seus leitores. Um dia ele não estará mais aqui, mas espera que sua passagem tenha sido positiva.

Ascensão segue Scott Carey, um morador de Castle Rock, que inexplicavelmente começa a perder peso. Sem nenhuma explicação médica para sua condição, Scott busca auxílio do velho amigo e médico aposentado, Bob Ellis, que também não sabe o que está acontecendo. A perda de peso instantânea fará Scott sumir em questão de meses.

Enquanto consome todo tipo de comida possível, Scott tem uma nova preocupação: os cachorros de suas novas vizinhas, Missy e Deirdre, que fazem as necessidades na sua grama todos os dias. Quando decide visita-las para discutir o problema, Scott descobre que Missy e Deirdre estão enfrentando o preconceito de alguns moradores da cidade. Elas são um casal lésbico e os habitantes estão boicotando o restaurante novo das duas. Antes de sumir literalmente deste mundo, Scott decide ajuda-las e nasce uma linda amizade entre os três.

Em Ascensão, Stephen King alerta sobre o preconceito e o quanto desperdiçamos nosso tempo com picuinhas. Enquanto Scott busca harmonia e continuar vivo neste mundo, ele dá de frente com pessoas que não sabem valorizar as coisas mais simples. A intolerância é um problema universal e King se aprofunda no tema de uma forma simples e delicada.

Ambientada em Castle Rock, há referências à clássicas histórias do autor, como uma citação ao palhaço Pennywise de A Coisa.

Ao final, Ascensão traz um sentimento agridoce com o destino de Scott Carey. Um personagem comum, que poucos dariam atenção na rua, mas que muito nos ensinou com sua simplicidade e tolerância.

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