One Tree Hill no Prime Video One Tree Hill no Prime Video

One Tree Hill (Lances da Vida): A série que jamais esqueceremos

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Uma vez ouvimos em One Tree Hill (Lances da Vida): “Neste momento, há 6 bilhões, 470 milhões, 818 mil e 671 pessoas no mundo. Algumas estão fugindo com medo. Algumas estão indo para a casa. Algumas mentem para conseguir superar o dia. Outras estão encarando a verdade agora. Alguns são maus, em guerra contra o bem. E alguns são bons, lutando contra o mal. 6 bilhões de pessoas no mundo. 6 bilhões de almas. E, às vezes… Você só precisa de uma.“.

O mundo ganhou, aproximadamente, 2 bilhões de pessoas novas após Peyton Sawyer fazer essa citação no final do primeiro episódio da terceira temporada de One Tree Hill, exibido originalmente no dia 5 de outubro de 2005. 15 anos se passaram desde então, e, provavelmente, outros 10 virão seguidos de mais 10 e mais 10, mas ainda assim o que P. Sawyer nos disse aquele dia continuará fazendo sentido. Algo tão real que quase podemos tocar. Ao som de Athlete, mais uma temporada se iniciava e mais um episódio marcante se concluía.

One Tree Hill acabou e deixou saudade. Qualquer sinopse que você leia por aí sobre One Tree Hill, será superficial e irrelevante. Por quê? Por que não existe maneira de resumir os 9 anos dessa série em poucas linhas. Talvez você encontre textos como “Nathan e Lucas são dois meio irmãos que só tem em comum o pai Dan Scott e o dom para jogar basquete…” ou “À primeira vista, One Tree Hill é a clássica série que coloca dois adolescentes como rivais em algo em que ambos são muito bons – nesse caso, o basquete –  mas além da constante disputa de egos, existe uma garota que complica um pouco mais as coisas – Peyton“.

Se, por acaso, você nunca assistiu One Tree Hill, nem mesmo aos domingos pela manhã, quando era exibida pelo SBT como Lances da Vida, não desanime com as sinopses que encontrar. Não é culpa delas, muito menos de quem as escreve, apenas é impossível resumir o que OTH foi e é em meras cinco linhas, mesmo que superficialmente.

Exibida inicialmente pelo canal The WB, a série, desenvolvida pelo diretor, produtor e roteirista Mark Schwahn, abordou muito mais do que as sinopses podem nos mostrar. Durante nove temporadas fomos apresentados a personagens singulares e inúmeras tramas, bem elaboradas por sinal, o que fez com que cada personagem, mesmo que recorrente, tivesse um papel importante na história e no desenvolvimento dos demais personagens.

Logo na primeira temporada podemos ver que a narrativa vai muito além da aparente representação do conto bíblico “Caim e Abel”, na verdade, a história mais antiga do mundo só serve de base para o que vamos encontrar. Ao decorrer dos episódios conhecemos os personagens e com isso construímos novos olhares sobre o que parecia estar concreto. Peyton Sawyer (Hilarie Burton) a líder de torcida, loira, com pinta de modelo, presa ao coração de uma punk triste, com um talento incrível para a arte. Brooke Penelope Davis (Sophia Bush), a B. Davis ou Queen B, capitã da equipe de líderes de torcida, promíscua e fútil até onde os olhos podem ver, mas que na verdade, e aos olhos da autora que cá lhes escreve, é sem dúvida a personagem que mais se autoafirmou e cresceu ao longo da série, aprendendo com as quedas e descobrindo seu talento. Haley Bob James (Bethany Joy Lenz), posteriormente James-Scott, que por trás da tutor girl falante e amiga superprotetora, escondia uma voz e um talento incrível que, com sorte, podemos ver se desenvolver.

Nathan Scott em One Tree Hill
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Nathan Scott (James Lafferty), o garoto problema/ garoto de ouro, que descobriu o tipo de pessoa que desejava ser e o mais importante, foi atrás do que ele acreditou ser o certo. E Lucas Scott (Chad Michael Murray), o meio irmão desconexo, sempre com uma boa citação na ponta da língua, que, apesar do amor ao basquete, mantinha outra paixão: a literatura, e com ela, eternizou o que todos eles chamam de lar: Tree Hill.

Foram muitos os episódios que nos deixaram com o coração na mão. Fossem finais de temporadas ou mesmo começos, uma coisa sempre foi fundamental em One Tree Hill e fez com que a série conquistasse centenas de fãs: a soundtrack. Cada episódio leva o nome de uma música, mesma fórmula utilizada em outras séries, como a popular Grey’s Anatomy.

Diversos artistas e bandas passaram por Tree Hill, pela quadra de River Court, pela Tric, ou até mesmo pelo Karen’s Cafe. Lugares comuns, em uma cidade comum, com pessoas comuns, porém histórias não tão usuais. Se pudesse escolher qualquer episódio, de qualquer série de TV que marcou algo em você, fosse no seu dia ou sua forma de pensar, mas que de alguma forma mudou você, qual você escolheria? Missão difícil. One Tree Hill conseguiu nos presentear com vários desses “momentos” que nos fazem parar por alguns instantes e realmente refletir sobre o que estamos fazendo.

Sophia Bush em One Tree Hill
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3×16. O episódio “divisor de águas” da série.

Um colapso no tempo. Uma pausa. Um rompimento. A oportunidade para refletir sobre “o que estamos fazendo?”. “With Tired Eyes, Tired Minds, Tired Souls, We Slept“. Um dia normal em Tree Hill High. E de repente a escola, os personagens, a série, fazem parte de mais uma daquelas trágicas notícias da TV. Um atirador na escola. Quem é? O que ele faz? O que ele quer? Todas essas perguntas são feitas ao longo do episódio e todas elas são respondidas. 3×16. Aqui percebemos que nós somos os nossos próprios vilões e hora ou outra teremos que encarar nossos erros. A forma como o bullying, a hierarquia das escolas americanas é tratada ao longo de 45 minutos é genial. Nos coloca como espectadores em certas ocasiões e como atores em outras. Impossível não se emocionar com a interpretação de Colin Fickes no papel de Jimmy Edwards. O desfecho do episódio tão pouco deixa de ser surpreendente, com o assassinato de um dos personagens principais, Keith Scott (Craig Sheffer), provocado pelo próprio irmão, Dan Scott (Paul Johansson). É a história mais antiga do mundo.

OTH seguiu apresentando ao público bons enredos e desfechos para os seus personagens, mas após três temporadas bem sucedidas a série sofreu novo colapso com a saída de dois dos principais personagens da trama: Lucas e Peyton. A saída de ambos, embora tenha afetado a audiência do show, chegando ao ponto de ser cogitado um cancelamento na sétima temporada, não interferiu no desfecho dos demais personagens, que conseguiram carregar o show por mais duas temporadas.

Lucas e Peyton em One Tree Hill
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Ao que se sabe Lucas e Peyton tiveram seu final feliz e nós também. Apesar da ausência na tela, ambos foram constantemente lembrados ao longo das demais temporadas, criando uma história confortável. A chegada de novos personagens também contribuiu para que o show prosseguisse por mais um tempo. Personagens que não chegaram para substituir e sim somar. Quinn James (Shantel VanSanten) que conquistou o público não pela beleza e sim pela simplicidade das suas atitudes. Julian Baker (Austin Nichols) e Clay Evans (Robert Buckley) que, a princípio, tinham a faca e queijo na mão para serem os grandes clichês da série, mas surpreendem o público pelo caráter contrário as aparências. Porque essa é a grande questão de One Tree Hill: verdades absolutas são tão absolutas assim? As aparências enganam e não devemos julgar os livros pelas capas. Nossos personagens tem suas virtudes e fraquezas e a série nunca se preocupou em escondê-las.

Schwahn construiu uma história lotada de situações irreais. Nós perdemos nossos pais ou amigos. Mudamos de cidade. Terminamos relacionamentos. Planejamos casamentos. Sofremos acidentes. Mas espera? Tudo isso é bem real. Pois é. Então chegamos ao ponto da conclusão e nos damos conta de que as irrealidades de um show da TV não são tão irreais assim e podem até não acontecer da mesma forma, mas estão acontecendo, todos os dias, seja aqui ou seja do outro lado do mundo em uma cidade que quase parece igual a nossa. Talvez até mesmo uma Tree Hill.

One Tree Hill - Lances da Vida série
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É a história mais antiga do mundo. Um dia, você tem 17 anos e está planejando o futuro. E então, sem você perceber, o futuro é hoje. E então, o futuro foi ontem. E assim é a sua vida. Passamos tanto tempo querendo, desejando, buscando. Mas sabe? Ambição é bom. Perseguir as coisas com integridade é bom. Sonhar. Se você tivesse um amigo que nunca mais fosse ver. O que você diria? Se pudesse fazer uma última coisa pra alguém que você ama. O que seria? Diga. Faça. Não espere. Nada dura pra sempre. Faça um pedido e guarde no seu coração. Qualquer coisa que você quiser, tudo o que você quiser. Fez? Ótimo. Agora acredite que pode se tornar realidade. Você nunca sabe de onde virá o próximo milagre. A próxima memória. O próximo sorriso, o próximo desejo que se tornará realidade. Mas se acreditar que está logo adiante e abrir seu coração e mente para a possibilidade, para a certeza, pode ser que consiga o que queira. O mundo está cheio de mágica. É só acreditar nela… Então, faça um pedido. Fez? Ótimo. Agora acredite nele. Com todo o seu coração.

P.S Vale sempre maratonar!

  1. Achei maravilhoso essa apresentação que fez sobre a série. Realmente para mim tudo o que você disse e até mesmo um pouco mais foi tudo verdade e tudo cabe dentro de nossa realidade.
    Essa série mudou realmente minha vida e forma de ver as coisas, hoje estou a pensar que depois de 20 anos irei voltar a “maratonar” novamente pois é uma série digna disso.
    Muita música boa coleccionei em meus players devido a ela e muito do dia-a-dia de minha vida foi parecida com ela.
    Uma série maravilhosa da qual recomendo a todos.
    Gostaria de te parabenizar pelo belo texto onde pude apreciar e aproveitar uma nostalgia que me trouxe uma vontade de voltar a assistir essa série da qual tenho uma imagem fixa em minha mente onde eu assisti na FOX o primeiro episódio da série em 2004.

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