Tribes of Europa – 1ª temporada [Crítica]

Tribes of Europa - 1ª temporada [Crítica]
Reprodução/Netflix
Tribes of Europa, nova série alemã da Netflix, apresenta um mundo destruído pela tecnologia. A distopia presente na série dos mesmos produtores de Dark, rende ótimos momentos. Os seis episódios disponíveis desde ontem, 19, conseguem prender o telespectador e despertar sua curiosidade.

Na trama da série, o mundo que conhecemos entrou em colapso em 31 de dezembro de 2029. O responsável pelo fim da humanidade foi a tecnologia. A série brinca dando pequenas dicas do que pode ter acontecido. Mas fica claro que a ganância foi o fator primordial. A história pula para o ano de 2074, onde os continentes ficaram divididos em tribos, cada uma delas defendendo o seu povo.

A série dá ênfase ao continente da Europa, onde existem a tribo Orígenes, que possuem poucos recursos, mas com treinamento para se virarem diante de alguma ameaça. A principal delas é a tribo dos Corvos, um grupo com mais recursos e muito mais fortes. Eles entram em conflito quando uma nave dos Atlantianos, tribo do povo americano, cai no continente e um misterioso artefato chamado de Cubo desperta o interesse dos Orígenes e dos Corvos. O cubo pode proporcionar mais recursos e poder. Contudo, existe uma lenda de que os Atlantianos podem ter sido os responsáveis pelo fim do mundo. Seria uma forma dos produtores darem aquela alfinetada na mania dos americanos de se acharem o centro de tudo?

Tribes of Europa é centrado em três personagens: os irmãos Kiano (Emilio Sakraya), Liv (Henriette Confurius) e Elja (David Ali Rashed). Eles presenciam de perto da força dos Corvos e acabam sendo separados. Kiano se torna um escravo dos Corvos, Liv se envolve com uma tribo militar e Elja foge com o Cubo durante o ataque dos Corvos.

Desenvolvida por Philip Koch, Jana Burbach e Benjamin Seiler, a série acerta na ambientação, trazendo cenários devastados pela tecnologia, misturando o moderno com o primitivo. Por exemplo, os Orígenes usam arco e flecha, já os Corvos usam espadas, armas de fogo e usam colete. A série não se aprofunda, mas é fácil notar que de 2029 a 2074 a própria humanidade se destruiu, gerando tais disparidades sociais. Os conflitos existentes é um sinal sobre um futuro não muito próximo. Diante da situação que vivemos com a pandemia do COVID-19, é cada vez mais evidente que existem vários “tribos” por aí que só estão pensando no seu próprio bem-estar.

Porém, na figura de Elja, a série também traz esperança. Mesmo sem saber do que o Cubo é capaz, o garoto acredita que o artefato poderá salvar sua tribo e seus irmãos. Diante de toda a violência que presenciou, sua  jornada acaba sendo a mais interessante dos três protagonistas. E o jovem ainda terá a ajuda do charlatão Moses, vivido por Oliver Masucci, o Ulrich Nielsen da série Dark. O personagem soava um pouco clichê, mas a atuação de Masucci é o ponto alto da série. Moses inicia a série como um mercenário que só pensa em si mesmo. Quando conhece Elja, ele inicia uma jornada do herói à sua maneira. Por fim, aprendemos que tanto Moses quanto Elja tem muito em comum. Eles têm esperança.

A primeira temporada de Tribes of Europa apresenta bastante potencial a ser explorado. Talvez mais dois episódios seriam importantes para explorarem um pouco mais desse universo. Alguns episódios, como os que abordam a jornada de Kiano com os Corvos, soam apressados. O mesmo vale para Liv, que vive a jornada mais confusa e apressada dos irmãos.

Por fim, o final da série deixa um importante gancho, mesmo com a renovação em aberto. Resta esperar o “sim” da Netflix.

3

Bom

Tribes of Europa, nova série alemã da Netflix, apresenta um mundo destruído pela tecnologia. A distopia presente na série dos mesmos produtores de Dark, rende ótimos momentos. Mas os seis episódios disponíveis desde ontem, 19, conseguem prender o telespectador e despertar sua curiosidade.