tick, tick…BOOM! | Crítica

tick, tick…Boom!, musical da Netflix, marca a estreia de Lin-Manuel Miranda (ator, produtor, compositor) na cadeira de diretor. Um projeto que ele não escolheu por acaso. Miranda sofreu uma grande influência de Jonathan Larson, que revolucionou o teatro musical ao criar o clássico Rent. A estreia do musical na Broadway foi marcada por uma tragédia, a morte prematura de Larson que jamais presenciou o sucesso de sua obra. Com este filme, Lin-Manuel Miranda promove a celebração da vida e arte de Larson.

tick, tick...BOOM! | Crítica
Divulgação/Netflix

tick, tick…Boom! é o nome do musical criado por Jonathan Larson antes do sucesso de Rent. Após sua morte, a produção foi reformulada e lançada nos Estados Unidos em 2001. Lin-Manuel Miranda segue a mesma estrutura do texto original e conta em formato de longa musical a história de Larson. O roteiro do longa é assinado por Steven Levenson (Dear Evan Hansen).

Na trama, Jonathan Larson é um jovem criativo, mas sem ainda ter seu talento reconhecido na Broadway. É nítida sua habilidade em compor e criar histórias que abraçam a diversidade. O roteiro bem construído de Levenson estabelece que o compositor estava a frente do seu tempo nos anos 90.

Andrew Garfield vive Jonathan Larson com extrema maestria. Sua performance é movida pelo processo criativo de Larson em meio ao seu relacionamento com a namorada Susan (Alexandra Shipp), os problemas financeiros e a desconfiança sobre sua arte. Em meio a uma avalanche de sentimentos, a atuação de Garfield carrega o carisma e o sonho de lançar uma grande produção no teatro. O longa também trabalha toda a pressão que Larson carregava em suas costas, gerando crises de ansiedade e o isolamento social.

Para simbolizar todas as crises de Jonathan, Lin-Manuel Miranda enfatiza o aniversário de 30 anos do artista. Era uma idade decisiva para Larson, que já trabalhava com musicais há algum tempo, mas sem grande respaldo. O diretor destaca o musical Superbia, o trabalho que exigiu anos de criação para Larson. O musical até recebeu elogios, mas ninguém quis financia-lo. Isso frustrou bastante Larson, que via o tempo passar, os trinta anos chegar e nada de reconhecimento por sua arte.

tick, tick…Boom! é dividido em três atos. Primeiro com Jonathan Larson contando todo os seus perrengues no palco. O segundo ato viaja por suas memórias em Nova York, desde o trabalho como garçom, alguns bicos para pagar as contas, e sua relação com Susan e seus amigos. O terceiro ato é uma verdadeira carta de amor para os musicais e ao responsável em revolucionar o gênero no teatro.

Difícil não se envolver emocionalmente com tick, tick…Boom! Lin-Manuel Miranda celebra a passagem curta, mas impactante de Jonathan Larson. A atuação de Andrew Garfield é digna de premiações. Poucos atores conseguem transmitir com espontaneidade as alegrias, sonhos e superações de um artista.

4

ÓTIMO

Difícil não se envolver emocionalmente com tick, tick…Boom! Lin-Manuel Miranda celebra a passagem curta, mas impactante de Jonathan Larson. A atuação de Andrew Garfield é digna de premiações. Poucos atores conseguem transmitir com espontaneidade as alegrias, sonhos e superações de um artista.