Pinóquio por Guillermo del Toro | Crítica

Pinóquio, clássico do século XIX pelo escritor Carlo Collodi, já ganhou inúmeras adaptações para diversas mídias. Neste ano, o personagem ganhou duas versões. Uma delas é o péssimo live-action da Disney que adapta animação clássica. E, a melhor adaptação, ou talvez, uma das melhores adaptações do boneco de madeira desenvolvida por Guillermo del Toro.

Pinóquio por Guillermo del Toro | Crítica

Adaptar Pinóquio é um sonho conquistado do diretor mexicano Guillermo del Toro, que sempre foi influenciado pelo texto de Carlo Collodi. Apaixonado pela obra original, del Toro colocou como meta fazer a sua versão da história.

Pinóquio por Guillermo del Toro é linda animação stop-motion em parceria com o diretor Mark Gustafson e o trabalho impecável do estúdio ShadowMachine e da lendária The Jim Henson Company.

E não foi fácil esse filme sair. Del Toro precisou de um longo tempo para convencer as produtoras sobre uma adaptação stop-motion do personagem. As respostas sempre foram negativas, até conseguir o apoio da Netflix, que lançou o filme em algumas salas de cinema, até a chegada no streaming nesta sexta-feira (09).

Pinóquio por Guillermo del Toro respeita o material original, transportando alguns elementos para a Itália fascista de Mussolini, e faz o que muitas adaptações sempre deixaram de lado. Esta versão começa com um lindo prólogo sobre a história de Gepeto e seu filho, que acaba sendo morto pelos resquícios da guerra.

Ambientado durante a ascensão do fascismo na Itália de Mussolini, Gepeto sofre muito com a perda do seu filho. Em luto, ele cria um boneco de madeira que batiza de Pinóquio, que logo ganha vida e desperta a atenção dos locais, de um oficial fascista pela aparente imortalidade e do Conde Volpe, que vê no boneco um objeto de lucro para sua atração circense.

Escrito em parceria com Patrick McHale (Hora de Aventura), Guillermo del Toro desenvolve a história com muita eficiência, acertando em cheio em se aprofundar no passado de Gepeto e na relação com o boneco de madeira para o contexto da Itália fascista. Com isso, ele abre espaço para a discussões sobre guerra, patriotismo e a propaganda fascista que seduzia os garotos a lutarem na guerra.

O longa também se aprofunda na natureza de Pinóquio. Ele tem sua própria personalidade ou é apenas uma cópia do filho de Gepeto? Isso leva o boneco de madeira fazer uma busca pela sua própria essência.

Todos esses conceitos são trabalhados (para que a história não fique tão pesada) na forma de canções em belos números musicas e na trilha do sempre genial Alexandre Desplat.

O elenco de dublagem está afiadíssimo com os nomes: Ewan McGregor como Grilo Falante, David Bradley como Gepeto e Christoph Waltz como Conde Volpe.

Nenhuma adaptação recente do clássico boneco de madeira conseguiu encantar tanto quanto Pinóquio por Guillermo del Toro. A melhor animação de 2022.

5

EXCELENTE

Nenhuma adaptação recente do clássico boneco de madeira conseguiu encantar tanto quanto Pinóquio por Guillermo del Toro. A melhor animação de 2022.