O Jogo da Invocação I Crítica O Jogo da Invocação I Crítica

O Jogo da Invocação I Crítica

Divulgação

Com distribuição da Diamond Films, O Jogo da Invocação chega aos cinemas de todo o Brasil em 30 de novembro de 2023. O filme é estrelado por Asa Butterfield (Sex Education) e Natalia Dyer (Stranger Things) e tem direção de Eren Celeboglu e Ari Costa.

A trama se passa na historicamente assustadora Salem, Massachusetts – famosa pelos julgamentos das bruxas durante o século XVII. O filme se inicia com corpos espalhados pelo chão, sangue acumulado na lama e um garoto cortando a própria garganta. Isso já dá o tom sanguinolento do que veremos pela frente.

Então, há um salto para o presente e Billie, a mais velha dos Fletcher, fala sobre o fato de que, apesar de viver em uma casa que passou por gerações, algumas das histórias sobre a cidade amaldiçoada não são passadas de pai para filho. Dando a entender que tudo o que vem por aí pode ter conexão com sua família desajustada.

Andando pela floresta, Jonah, o mais novo dos irmãos Fletcher, encontra uma cabana abandonada e dentro dela dois objetos chamam sua atenção: uma faca feita de ossos com uma frase entalhada nela e um antigo diário. Marcus, o irmão do meio, manda ele deixar os objetos para trás, mas ele acaba levando a faca para casa. O estranho objeto começa a clamar por Jonah, que acaba lendo a frase e sendo possuído por um espírito que quer brincar.

A mãe dos Fletcher vai trabalhar e deixa o mais novo sob o cuidado de Billie. A adolescente convida seu namorado, Pete, e sua melhor amiga, Sophie, para passar a noite com eles. Jonah acaba forçando todos os que estão presentes na casa a participarem de uma brincadeira, incluindo o tio deles, Bob.

Durante o jogo, Jonah ameaça os participantes com a faca amaldiçoada. Ao tentar proteger o irmão, Marcus acaba se tornando o receptáculo para esse espírito vingativo. O que deveria ser uma noite tranquila, com os irmãos vendo filmes e cuidando uns dos outros, acaba virando um pesadelo repleto de mortes e luta pela sobrevivência.

A primeira parte de O Jogo da Invocação tem uma boa atuação do jovem Benjamin Evan Ainsworth, como um garoto possuído que preocupa e aterroriza seus irmãos. Ele é bastante convincente, tanto nos momentos em que deve parecer assustado, quanto nos momentos em que deve ser assustador.

Então, o demônio passa para o corpo de Marcus e Asa Butterfield, que já fez ótimos trabalhos em outras produções, entrega um personagem muito caricato, de cabeça baixa, olhos cerrados e uma voz demoníaca que é mais engraçada do que assustadora.

Marcus sai matando todos que encontra pela sua frente em uma pequena festa que acontecia na cidade, se utilizando de versões distorcidas e violentas de brincadeiras de criança, como pega pega, o mestre mandou e forca para caçar suas vitimas. Porém, a contagem de corpos é baixa, afinal o longa conta com apenas alguns poucos personagens, além de uma duração de apenas 70 minutos, que acaba deixando pouco tempo para que a maioria situações sejam desenvolvidas.

A matança acaba tão rápido quanto começou e finalmente é apresentada a história de origem do demônio, quando Billie, Jonah e Sophie encontram o antigo diário na cabana. É nesse momento que descobrimos que o discurso de Billie sobre a família foi à toa, já que a faca e sua família não tem nenhuma conexão. Mesmo conhecendo as motivações do demônio, segue difícil se importar.

O roteiro entrega o clichê da entidade maligna do passado que de alguma forma consegue chegar ao presente para executar seus planos vingativos, mas ele não é realmente assustador ou divertido, também não consegue criar suspense para prender a atenção do espectador ou dar uns bons sustos. Apesar de ser um filme curto, muito de seu tempo é perdido com flashbacks que ficam mostrando várias vezes o que já é óbvio e cortes rápidos que mostram os mesmos fantasmas inúmeras vezes.

O Jogo da Invocação tem uma premissa, elenco e qualidade técnica que potencialmente poderiam gerar um filme melhor. Porém, a junção de um roteiro que não desenvolve nada do que apresenta, com o trabalho de diretores estreantes que parecem não conhecer muito o gênero de terror, rendeu um filme totalmente esquecível, que nem mesmo os nomes conhecidos do elenco conseguem salvar.

O terror contará com apoio de acessibilidade para todos os públicos. Por meio do aplicativo MovieReading, a partir da estreia estarão disponíveis recursos de audiodescrição, legendas descritivas e LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais.

2

Regular

O Jogo da Invocação é um filme com uma boa ideia que não foi bem executada, gastando tempo de sua curta duração revivendo momentos ao invés de focar em criar tensão para cativar o espectador.