Mais Que Especiais [Crítica]

Mais que Especiais marca a nova parceria da dupla de diretores Olivier Nakache e Éric Toledano, responsáveis pelo sucesso de bilheteria Intocáveis, que ganhou uma versão americana. O novo filme, inspirado em uma história real, repete a mesma fórmula com doses de drama e humor. Embora, Mais que Especiais seja menos robusto que Intocáveis, já que a narrativa e as performances foram bem burocráticas.

O filme adapta a história de Stéphane Benhamou e Daoud Tatou, criadores da Le Silence des Justes e da Le Relais IDF, organizações sem fins lucrativos que cuidam de crianças e adolescentes com autismo há vinte anos. Eles têm a função de ensinar a jovens vindos de locais carentes, que foram recusados por outras instituições, a serem cuidadores de casos extremos. A grande parceria entre os dois amigos e sua dedicação mostram uma realidade emocionante e fora dos padrões tradicionais. Eles são representados no longa como Bruno (Vincent Cassel) e Malik (Reda Kateb).

O longa se abraça no carisma de Vincent Cassel e Reda Kateb. Lidando com crianças rejeitadas, a dupla mostra que com um sorriso no rosto e amor incondicional são capazes de superar qualquer barreira. E Bruno e Malik sabem muito bem disso. Bruno é judeu e Malik é muçulmano. Assim, os dois sentiram na pele o que é a rejeição ou um olhar torto.

O roteiro passa a percepção de que todos tem seus problemas, seus desafios diários. Bruno e Malik optaram por encara-los, mesmo quando tudo parece conspirar contra. Vale destacar a forma como o autismo é retratado. Sem coitadismo, mas sobre crianças que precisam de atenção e cuidados especiais. Há momentos dramáticos e fortes, como nas cenas de resgate, onde algumas crianças estão correndo risco de vida.

Por fim, Mais que Especiais é um filme sobre a persistência e a importância de olhar com mais carinho para o próximo. Um filme que incentiva a empatia e o apoio para as organizações não-governamentais.