Fazendo meu Filme | Crítica Fazendo meu Filme | Crítica

Fazendo meu Filme | Crítica

O filme é uma viagem no tempo que certamente fará muitos adultos sentirem saudade da adolescência
Divulgação/Prime Video

Fazendo Meu Filme, a tão aguardada adaptação cinematográfica do best-seller de 2008 escrito por Paula Pimenta, finalmente chega às telas, trazendo consigo uma dose de nostalgia e um olhar afetuoso sobre uma década que marcou uma geração. Apesar dos desafios enfrentados durante sua produção em 2021 na pandemia, o filme encontrou seu lar no Prime Video, lançado de forma antecipada nesta terça-feira de carnaval, oferecendo aos espectadores a oportunidade de reviver os encantos dos anos 2000 no conforto de suas casas.

Fazendo meu Filme | Crítica

Para aqueles familiarizados com a obra literária, Fazendo Meu Filme representa mais do que apenas uma história; é um retrato de uma época, um convite para relembrar os momentos que definiram uma geração de adolescentes. Sob a direção de Pedro Antonio, o filme busca resgatar essa essência, transportando os espectadores de volta a uma era onde a comunicação se dava por torpedos e os encontros no shopping eram o ápice do entretenimento juvenil.

Fazendo Meu Filme conta a história de Fani (Bela Fernandes), uma menina de 16 anos, sonhadora e apaixonada por cinema, que tem no seu melhor amigo, Leo (Xande Valois), o grande parceiro de todas as horas. Fani vive pensando em sua vida como se fosse um filme em que cada amigo e cada paixão tem um papel de destaque. Durante o ano letivo, sua mãe insiste que ela participe de uma seleção para fazer intercâmbio no exterior e passar um ano em Londres. A perspectiva de sair do país a assusta e ela tem de lidar com seus sentimentos e conflitos internos ao se descobrir apaixonada por alguém inesperado.

Bela Fernandes entrega uma interpretação convincente como Fani, capturando a inocência e os sonhos característicos da época. Sua quebra da quarta parede adiciona uma camada interessante à narrativa, juntando-se aos melhores personagens contemporâneos que fazem esse recurso (lembrei de Deadpool e Fleabag). A química entre Fernandes e Xande Valois, que interpreta Leo, é palpável, retratando de forma autêntica a dinâmica de uma amizade adolescente repleta de tensões românticas e inseguranças.

Além do elenco principal, destaque também para Alanys Santos e Júlia Svacinna, que interpretam respectivamente Gabi e Natália, as melhores amigas de Fani, retratando com vivacidade as amizades divertidas que são essenciais na adolescência.

Embora mergulhe na nostalgia, o filme não se limita a uma mera coleção de referências. Pedro Antonio habilmente evita a armadilha da nostalgia barata, utilizando figurinos, linguagem e objetos de forma inteligente para criar uma conexão genuína com o público.

No entanto, mesmo com sua habilidade em evocar a atmosfera dos anos 2000, o filme peca ao suavizar algumas passagens mais dramáticas do livro em prol de uma abordagem politicamente correta. Ainda assim, essa leveza não diminui o impacto emocional da história.

Em suma, Fazendo Meu Filme é uma grata surpresa e uma adição bem-vinda ao catálogo do Prime Video. Doce, ingênuo e divertido, o filme é uma viagem no tempo que certamente fará muitos adultos sentirem saudade da adolescência.

Embora destinado ao streaming, o longa demonstrou um potencial que poderia ter rendido uma boa bilheteria nos cinemas.

3.5

BOM

Fazendo Meu Filme é uma grata surpresa e uma adição bem-vinda ao catálogo do Prime Video. Doce, ingênuo e divertido, o filme é uma viagem no tempo que certamente fará muitos adultos sentirem saudade da adolescência.