Doutor Estranho no Multiverso da Loucura | Crítica

Doutor Estranho no Multiverso da Loucura escancara as portas do multiverso, um conceito estabelecido na Fase 4 do MCU, que ganhou forma nas séries WandaVision e Loki, depois chegando no filme Homem-Aranha: Sem Volta para Casa. Já é chover no molhado que se trata de uma sequência de eventos de produções anteriores, sendo importante saber o que aconteceu antes dessa história.

Doutor Estranho no Multiverso da Loucura | Crítica
Divulgação/Marvel Studios

Com direção de Sam Raimi, que retorna ao cinema após nove anos ausente (seu último filme foi Oz: Mágico e Poderoso), Doutor Estranho no Multiverso da Loucura estabelece o terror no MCU. É o primeiro filme que abraça o gênero, resultando em sequências de tirar o fôlego, e que proporcionam os primeiros sustos em uma produção da Marvel Studios. Foi com Sam Raimi que os filmes de terror ganharam novo fôlego após Evil Dead (1981), assim como o diretor foi o responsável por dar o pontapé inicial nos grandes filmes de super-heróis com Homem-Aranha de 2002.

Escrito por Michael Waldron (Loki, Rick and Morty), Doutor Estranho no Multiverso da Loucura mostra o herói (novamente interpretado Benedict Cumberbatch) recebendo a visita inesperada de América Chavez, interpretada pela novata Xochitl Gomez. Ela afirma que está sendo caçada por demônios, que querem seu poder de viajar pelos multiversos. O mago aceita o desafio de proteger a garota e busca contar com a ajuda de Wanda Maximoff (Elizabeth Olsen). Contudo, a Feiticeira Escarlate tem outros planos reservados para Chavez, iniciando uma grande batalha multiversal.

A estrutura do filme lembra Capitão América: Guerra Civil, com a narrativa focando em dois personagens, e nos seus dilemas. Multiverso da Loucura faz o mesmo mostrando as duas perspectivas da história com Doutor Estranho e Feiticeira Escarlate. O mago ainda lida com as consequências de suas escolhas, revelando uma angústia e solidão. Ao final, ele está sozinho e vê sua amada Christine Palmer (Rachel McAdams) seguir em frente. Enquanto isso, Wanda lida com o mesmo tipo de solidão após os eventos de WandaVision. Com o Darkhold em mãos, ela espera recuperar os filhos em algum lugar do multiverso.

Sam Raimi aproveita todo o conceito do multiverso, sendo o primeiro cineasta a sair da zona de conforto da “fórmula Marvel”, trazendo muitas sequências de terror e suspense. Sua estética é semelhante a Evil Dead, com Elizabeth Olsen aterrorizando em cada cena como Feiticeira Escarlate. Sua atuação ao lado de Benedict Cumberbatch são os alicerces do filme. A narrativa trabalha de forma eficiente o lado emocional dos personagens, com cenas carregadas de sequências dramáticas fortes.

Xochitl Gomez faz de América Chavez uma jovem heroína carismática e com muito a crescer no MCU. Sua introdução é pouco cativante de início, mas a atriz logo diz o que veio.

O filme ainda reserva surpresas com a presença dos Illuminati, que são muito bem apresentados na história. Quem fugiu dos spoilers vai se surpreender com os nomes que aparecem em cena. O porém é o sentimento de querer mais do grupo em cena.

Assim como em produções recentes da Marvel Studios, tanto no cinema quanto no streaming, Doutor Estranho no Multiverso da Loucura sofre com efeitos visuais vexatórios em algumas sequências. É evidente uma falta capricho. Uma pena um estúdio tão grande pecar no uso do CGI.

Por fim, Doutor Estranho no Multiverso da Loucura abre caminho para uma potencial nova saga do MCU. Uma história mais ousada que abraça gêneros nunca imaginados pelo público. Bem-vindos ao primeiro filme assustador do MCU.

Ps: O filme conta com duas cenas pós-créditos. 

4

ÓTIMO

Doutor Estranho no Multiverso da Loucura abre caminho para uma potencial nova saga do MCU. Uma história mais ousada que abraça gêneros nunca imaginados pelo público. Bem-vindos ao primeiro filme assustador do MCU.