Desencantada | Crítica

Lançada em 2007, Encantada se tornou um grande sucesso da Disney, com Amy Adams ganhando mais notoriedade em Hollywood no papel da princesa Giselle. Era só questão de tempo para o longa ganhar uma sequência, que estava marcada inicialmente para o ano de 2010. Contudo, anos se passaram e nada do projeto sair do papel, até a chegada do Disney+, que vem apostando em sequências de filmes antigos para aumentar o seu catálogo. Um grande exemplo é o recente Abracadabra 2.

Desencantada | Crítica
Divulgação/Disney

Desencantada chegou nesta sexta-feira (18) no Disney+ sob muita expectativa. Afinal, é o retorno de personagens queridos pelo público. Dirigido por Adam Shankman, o longa é assinado por vários roteiristas (David N. Weiss, J. David Stem, Richard LaGravenese, Jessie Nelson, Scott Neustadter, Michael H. Weber), o que se torna um problema evidente no filme. Uma história que tenta seguir por várias vertentes, mas acaba se abraçando no carisma dos personagens.

A trama de Desencantada se passa dez anos após o filme de 2007, com Giselle (Amy Adams) casada com Robert (Patrick Dempsey), se mudando de Nova York para a pequena cidade de Monroeville com a filha bebê Sophia e Morgan, interpretada pela novata Gabriella Baldacchino, que está em sua fase adolescente rebelde e nada satisfeita com a mudança de casa.

Giselle começa a questionar sobre o real conceito de felicidade, percebendo que nem tudo é como em Andalasia. Pra piorar, ao chegar na nova cidade, ela se depara com a rivalidade de Mavina (Maya Rudolph), uma autoridade em Monroeville que vê em Giselle uma ameaça ao seu status de liderança.

A montagem de Desencantada é um desastre total. O longa consegue se segurar com a personagem Giselle, que vive um dilema bem inserido na narrativa, mas que não consegue ser desenvolvido. O roteiro acerta em apostar na sua relação com Morgan, que enxerga Giselle como sua madrasta, que nos contos de fadas é uma figura vilanesca.

Desencantada aposta todas as suas fichas na protagonista Amy Adams, que aqui entrega uma atuação mais completa, mostando os dois lados de Giselle. Ela está dividida entre o lado doce e o lado sombrio com os eventos envolvendo uma varinha de condão presenteada pelos amigos de Andalasia, Nancy (Idina Menzel) e Edward (James Marsden). Uma pena que o longa não soube aproveitar o potencial desses personagens e das novidades Maya Rudolph, Yvonne Nicole Brown, Jayma Mays e Oscar Nuñez com papéis tão limitados.

Nem as canções assinadas pelos competentes Alan Menken e Stephen Schwartz trazem o mesmo brilho do longal original, com canções pouco inspiradas e que tentam a todo custo emular o que já foi feito. E poderia ser pior. Uma canção acabou sendo deletada durante uma exibição teste do filme. A canção intitulada “Hard Times For Heroes” traria Robert (Patrick Dempsey) cantando sobre as dificuldades dos homens se tornarem heróis nos contos de fada atuais, já que as mulheres não precisam mais ser salvas. Seria uma vergonha alheia colossal se essa canção fosse adicionada no filme. Ouça a bomba aqui.

Desencantada tenta, mas não consegue resgatar a magia do longa original. Um filme que chegou tarde demais e que se justifica pela nostalgia, com Amy Adams novamente carismática e apaixonante como Giselle.

2

REGULAR

Desencantada tenta, mas não consegue resgatar a magia do longa original. Um filme que chegou tarde demais e que se justifica pela nostalgia, com Amy Adams novamente carismática e apaixonante como a princesa Giselle.