Crítica | Superman: Entre a Foice e o Martelo

A marca Elseworlds da DC atiça nosso imaginário quando explora as várias maneiras pelas quais pequenas mudanças na história podem ter enormes efeitos nas histórias de Batman, Superman e Mulher Maravilha.  Superman: Entre a Foice e o Martelo levanta uma das várias perguntas que temos em nossa caixinha. O que aconteceria se o Último Filho de Krypton fosse criado sob uma cultura diferente?

Inspirada na HQ de 2003 escrita por Mark Millar (Kick Ass) e desenhada por Dave Johnson, Superman: Entre a Foice e o Martelo é uma das histórias do selo Elseworlds mais famosas e queridas pelos fãs, que finalmente ganha uma adaptação animada dirigida por Sam Liu (Batman: O Cavaleiro das Trevas).

No longa, a nave de Kal-El não caiu em Kansas, mas em uma fazenda ucraniana em 1938. Em vez de incorporar os ideais americanos, Superman se torna o símbolo mais poderoso da União Soviética, alterando completamente o curso da história do século XX. Nessa realidade alternativa, Lex Luthor é a única esperança do governo dos EUA de impedir a propagação do comunismo. Enquanto isso, a Mulher Maravilha se aproxima do Homem de Aço e está de acordo com sua visão política. Já Batman é um terrorista que tenta destruir tudo o que o Superman construiu.

A narrativa da animação é bem equilibrada, dando profundidade à Superman, Lex Luthor, Lois Lane, Batman e Mulher-Maravilha. O embate entre os personagens é um dos pontos altos do longa. Contudo, Mulher-Maravilha e Batman sofrem por terem desfechos frios.

Mantendo o padrão dos outros longas da DC, a história caminha para o tom sombrio. Superman acredita que seus ideais comunistas são a saída para derrubar o capitalismo americano. Sua obsessão se torna sua decadência, fazendo dele tão radical quanto Batman. Ambos acreditam que os fins justificam os meios para um mundo melhor. Será mesmo?

Ao final, quem mostra sensatez é Mulher-Maravilha, que percebe o perigo na visão cada vez mais estreita de Superman. É quando ela percebe os motivos de Themyscira se manter longe do mundo dos homens. Eles são auto-destrutivos e gananciosos.

Infelizmente o visual da animação não replica o estilo arrojado da arte de Dave Johnson. Não parece que se trata de uma história de época. Seria uma ótima oportunidade de homenagear e se inspirar nas produções da Fleischer Studios.

Já que nos cinemas a versão de Superman estrelada por Henry Cavill está longe dos princípios de esperança e heroísmo, Superman: Entre a Foice e o Martelo mantém o tom conflituoso do herói da DC. Embora o final tenha passado o pano em tudo que a narrativa construiu, vale a pena dar uma conferida em mais um trabalho competente para a biblioteca de bons filmes animados da DC.

3

Bom

Superman: Entre a Foice e o Martelo levanta uma das várias perguntas que temos em nossa caixinha. O que aconteceria se o Último Filho de Krypton fosse criado sob uma cultura diferente?

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