Crítica | Sonic: O Filme

Um ano depois de Pókemon: Detetive Pikachu, chega aos cinemas mais um personagem carismático do mundo dos games. Sonic: O Filme adapta o clássico game da SEGA, Sonic the Hedgehog. Não foi desta vez que estamos diante da primeira grande adaptação cinematográfica de um videogame. O longa nem se propõe a isso. Assim como o live-action de Pikachu, o longa dirigido por Jeff Fowler busca entretenimento e diversão. E, acima de tudo, agradar os fãs nostálgicos que forçaram uma mudança no visual do ouriço, antes uma versão minion do Fera dos X-Men, para o ouriço cartunesco que estamos tão acostumados.

A trama leva Sonic para o nosso mundo. No enredo, Sonic (dublado no Brasil pelo ótimo Manolo Rey) vem de uma dimensão que lembra muito o popular videogame de 1991, mas quando bandidos mascarados o perseguem por causa de sua super velocidade, ele usa seus anéis mágicos para saltar para um novo mundo, a Terra. O ouriço está há dez anos convivendo anonimamente entre os humanos, especificamente em Green Hills, Montana, uma referência da cidade clássica do game. Quando Sonic acidentalmente causa um surto de energia a partir de sua velocidade, ele fica no radar do governo e do nefasto Dr. Robotnik (Jim Carrey). Sonic se esconde na casa de um policial local, Tom (James Marsden), mas acidentalmente abre um portal que faz seus anéis pousarem no topo de um prédio em San Francisco. Sonic e Tom devem ir de Green Hills a San Francisco, evitando Robotnik e sua poderosa tecnologia de drones.

O início do filme é uma carta de amor para os trintões que se divertiam com o game do MegaDrive. Os anéis, a música clássica de Green Hill Zone dos jogos, e o visual de encher os olhos do lar de Sonic. Fica a pergunta do porquê de não manter o filme apenas por lá. Mas, em praticamente toda adaptação de Hollywood para um game, é preciso traze-lo para o mundo real. Já que para os executivos, irá atrair a atenção de quem não conhece o universo do jogo. Então, em menos de cinco minutos, o filme abandona esse mundo para Small Town, EUA. É compreensível que as limitações orçamentárias, principalmente para a mudança no visual do Sonic, obrigou que muitas coisas fossem alteradas. Mas mudar a narrativa que parecia instigante em Green Hill Zone para o nosso mundo torna o Sonic menos interessante, mas não menos divertido. A alternativa de deixar o ouriço mundano provoca muitas piadas, algumas delas bem aplicadas. Além da super velocidade, Sonic se tornou ágil também nas gírias e referências à cultura pop.

Por outro lado, embora o longa não se aprofunde, o roteiro aborda a solidão de Sonic. Forçado a deixar sua casa pra proteger seu dom, vemos o velocista correndo pelo nosso mundo e estudando o comportamento humano. É quando conhecemos o lado sentimental de Sonic. Ele só queria parar de correr e ter o afeto de sua mãe novamente. Ter uma família. Por isso que a amizade inesperada com Tom é tão importante para ele. A parceria entre os dois rendem divertidos momentos, mas também aponta o cuidar um do outro que Sonic aprendeu em seu lar. E, no que diz respeito a filmes para a família, é um tema muito importante para apresentar nas telonas.

Conhecido por icônicos papeis de humor nos anos 90, Jim Carrey repete as incríveis performances de O Máskara, Ace Ventura, Debi & Loide, entre outros, com sua interpretação do antagonista Dr. Robotnik. Sua caras e bocas navegam na caricatura, garantindo as maiores risadas no filme. Foi ótimo ver Carrey retornando após um tempo longe das telonas.

Sonic: O Filme é divertido e leve. Parece bem bobo, mas consegue ser maduro quando precisa. Uma adaptação que raramente se arrisca, mas que acerta na sua proposta de entregar um ótimo entretenimento.

Ps.: Há uma cena durante os créditos finais. Vale a pena esperar. 

3

Bom

Sonic: O Filme é divertido e leve. Parece bem bobo, mas consegue ser maduro quando precisa. Uma adaptação que raramente se arrisca, mas que acerta na sua proposta de entregar um ótimo entretenimento.

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