O Mundo Sombrio de Sabrina foi um dos grandes acertos da Netflix neste últimos anos, resgatando uma série aclamada dos anos 90, agora com o tom mais sombrio e próximo da história original. Inclusive, falamos da primeira edição do quadrinho lançada pelo selo Geektopia.
A primeira e segunda temporada da série de Roberto Aguirre-Sacasa foram eficientes em apresentar a bruxinha de Greendale, dividida entre ser uma adolescente comum e assumir o dever da família Spellman assinando o livro satânico. No entanto, o grande inimigo da série vem sendo o desgaste de longos episódios e tramas que vão deixando ganchos forçados para os próximos anos. Foi assim que aconteceu entre o final da segunda e o início desta terceira que, desta vez, explora finalmente a mitologia do universo das bruxas, com muitas criaturas sobrenaturais e figuras históricas.
Com Sabrina passado por diversas provações entre sua fase de amadurecimento, vemos a bruxa interpretada por Kiernan Shipka enfrentando um novo algoz para a disputa do trono do Inferno chamado Caliban (Sam Corlett). A rivalidade inicia no ótimo primeiro episódio focado no resgaste de Nick, preso e torturado pela governante interina, Lilith (Michelle Gomez). A missão de resgaste traz consequências e uma certa confiança para Sabrina, acreditando que ao assumir o trono as coisas ficarão tranquilas, mas não para Caliban, que começa a desafia-la para desafios em troca do reinado infernal.
A terceira temporada de O Mundo Sombrio de Sabrina reforça de vez a ligação com Riverdale, antes um pouco tímida. Agora, vemos a bruxa viajando até a cidade vizinha, com muitas citações e referências criando um Archieverso. O crossover entre as duas séries nunca esteve tão próximo quanto agora.
Outra novidade nesta nova temporada é a aposta nos musicais. Contudo, os números servem mais como fillers, não fazendo nenhum sentido com o contexto da narrativa. Nasce até uma banda com Rosalind, Harvey e Theo, que soa legal, mas não houve pano de fundo. Eles parecem tocando do nada durante alguns episódios e fica por isso mesmo. Falando nos três personagens humanos, houve pouca evolução. Só Theo que após assumir sua nova identidade engata em um relacionamento com o novo e carismático personagem Robin.
Os novos personagens são o elo forte desta temporada, com destaque para o grupo de bruxos pagãos, que se tornam tanto rivais da família Spellman, quanto para os amigos de Sabrina.
O trabalho artístico da série segue impecável, recriando figuras históricas como Vlad Tepes de forma surpreendente. Os figurinos e maquiagens continuam invejáveis, da mesma forma que as sequências que Sabrina transita durante o Inferno.
Os oito episódios pecam por serem longos demais, podendo ser transformados facilmente em 11 como foi na primeira temporada. Resultado é um último episódio corrido para explicar os eventos drásticos do capítulo anterior.
SPOILERS!!!
E sobre o último episódio? Bem, Roberto Aguirre-Sacasa criou uma grande reviravolta, mas pode ter se metido em uma confusão ao estabelecer um paradoxo temporal e duas Sabrinas coexistindo. Mexer com linha do tempo nunca é fácil de trabalhar em séries ou filmes. E Aguirre-Sacasa não se aprofundou, utilizou o meio da narração de Ambrose para explicar os eventos, deixando mais perguntas do que respostas. E mais uma vez, De Volta para o Futuro, é usado como artifício para que o público se situe do que aconteceu. Artimanha pra lá de manjada.
Ao final, a terceira temporada de O Mundo Sombrio de Sabrina segue entregando episódios com bastante tensão, descontração e um visual de encher os olhos. Embora o final confuso deixe um sinal de alerta, a série continua fiel em seus conceitos de brincar com os velhos clichês entre o puro e impuro, o bem e o mal.
Bom
A terceira temporada de O Mundo Sombrio de Sabrina segue entregando episódios com bastante tensão, descontração e um visual de encher os olhos. Embora o final confuso deixe um sinal de alerta, a série continua fiel em seus conceitos de brincar com os velhos clichês entre o puro e impuro, o bem e o mal.