Na trama, ao invés da Inglaterra do século XVIII, a história se passa no coração do Brasil atual; o castelo do Barão é agora um lar humilde no Cerrado; O Barão é um pobre trabalhador rural, Seu Leonel (Julio Adrião), que vive com sua filha, a jovem e bela Christabel (Milla Fernandez). A personagem Geraldine (Lorena Castanheira) aparece como uma mulher misteriosa, livre e independente que abala as relações e estruturas pré-estabelecidas que pesam sobre Christabel e seu pai.
Apesar do filme deixar claro sobre quem é Geraldine, é interessante como a narrativa consegue prender o espectador, pois é uma personagem que desperta curiosidade. Ela não tem limitações e a performance de Lorena Castanheira consegue ser magnética, porque a qualquer hora ela pode mostrar sua real face. Então, é como se ela estivesse brincando com sua presa ou se estivesse se relacionando de fato com Christabel.
Por falar na protagonista, Milla Fernandez faz sua estreia como atriz, com um ótimo desempenho. Vivendo no sertão brasileiro, Christabel é uma bela jovem que vive para servir. Servir ao noivo ausente e servir ao pai, um trabalhador rural. Com a chegada de Geraldine, ela começa a questionar sua posição como mulher, já que a mulher misteriosa é o oposto dela. A palavra que melhor define sua jornada é a transgressão. A cena da manga, além de sensual, é a transformação de uma jovem garota. É quando ela quebra suas correntes, se liberta e se descobre sexualmente.
Aproveitando com eficácia o cenário do cerrado brasileiro, a fotografia de Vinícius Berger contribui de forma positivo para criar elementos misteriosos. Ele utiliza muito bem o jogo de luzes e sombras, criando atmosferas soturnas. Detalhe para os morcegos presentes com a chegada de Geraldine.
Leia mais: “É sobre transgredir”, conta Milla Fernandez sobre o filme Christabel
O desfecho de Christabel é poético e que levanta algumas perguntas. Tudo aquilo foi real ou seria Geraldine uma personalidade adormecida da protagonista? Muito mais que uma obra ficcional sobre vampiro, Alex Levy-Heller apresenta uma jornada sobre empoderamento feminino, sexualidade e um tapa no conservadorismo social.
ÓTIMO
O desfecho de Christabel é poético e que levanta algumas perguntas. Tudo aquilo foi real ou seria Geraldine uma personalidade adormecida da protagonista? Muito mais que uma obra ficcional sobre vampiro, Alex Levy-Heller apresenta uma jornada sobre empoderamento feminino, sexualidade e um tapa no conservadorismo social.