Belfast | Crítica

Dirigido e escrito por Kenneth Branagh, Belfast despontou na temporada de festivais como o queridinho de 2021. O primeiro passo para a produção entrar no radar das premiações, principalmente, as televisionadas. A repercussão positiva e o impacto da história ganhou o gosto da crítica e público, fazendo do filme um dos mais indicados do Oscar 2022.

Belfast | Crítica
Divulgação/Universal Pictures

Belfast é uma boa história, que tem seus momentos de rir e escorrer uma lágrima. Contudo, não justifica todo o hype, tanto que a força do filme se esvaiu no final de 2021, e inicia a temporada de 2022 mais como um azarão do que um favorito ao Oscar. Mas, há de destacar uma história muito pertinente para os dias atuais. É um belo conto sobre sonhos diante de um país hostil. Isso, movido pelo olhar ingênuo de uma criança.

A história é situada na Irlanda do Norte dos anos 60, quando um menino de 9 anos experimenta o amor, a alegria e a perda. Em meio a conflitos políticos e sociais, o garoto tenta encontrar um lugar seguro para sonhar enquanto sua família busca uma vida melhor.

Abordando um período tão violento e doloroso para os irlandeses, Kenneth Branagh acerta em trazer a história para o olhar infantil do garoto interpretado por Jude Hill, que representa a figura do diretor na sua infância. Natural de Belfast, Branagh presenciou todos os conflitos na Irlanda do Norte. Trazendo esse olhar mais íntimo, Belfast se abraça na atuação cativante de Hill. Mas, daí, vem o problema do filme. Ele se abraça apenas na sutileza e no olhar ingênuo da criança. O longa que deveria ser crítico e mais denso em algumas cenas acaba se tornando uma narrativa frágil, ocasionado no ato final críticas duras sobre a decisão do diretor.

O elenco do filme está afinado com as boas atuações de Caitríona Balfe, Judi Dench, Jamie Dornan e Ciarán Hinds. A fotografia do filme é caprichada. Mesmo rodado em preto e branco, o longa trabalha de forma eficiente o uso das cores, com destaque para abertura que faz a transição das cores para a sua ausência.

O momento de maior conexão do filme está sem dúvidas na sequência do garoto vivenciando sua primeira experiência no cinema. Ali é o aceno de Kenneth Branagh sobre o quanto o cinema foi importante em sua vida e na de muitos garotos que ali compartilharam momentos marcantes. Só o cinema é capaz disso. Por algumas horas vivemos grandes aventuras, rimos e nos emocionamos.

Por fim, Belfast é um carta de amor de Kenneth Branagh para a sétima arte. O cinema é um elemento mágico, às vezes, uma válvula de escape para situações difíceis de superar. A abordagem do filme nunca foi tão atual quanto aos tempos sombrios de guerra que presenciamos hoje.

3

BOM

Belfast é um carta de amor de Kenneth Branagh para a sétima arte. O cinema é um elemento mágico, às vezes, uma válvula de escape para situações difíceis de superar. A abordagem do filme nunca foi tão atual quanto aos tempos sombrios de guerra que presenciamos hoje.