Arcane – Primeira temporada | Crítica

Com Castlevania, a Netflix encontrou o caminho ideal para adaptar um game em formato de série. Em parceria com a Riot Games, Arcane atingiu um outro patamar em entregar um ótimo material para os fãs do jogo e cativar o público que não o conhece. Eu jamais joguei na vida League of Legends e a série me tornou não apenas um novo fã desses personagens, mas despertou o interesse em jogar uma partida.

Arcane - Primeira temporada | Crítica
Divulgação/Netflix

Dividida em três atos com três episódios cada, Arcane acompanha alguns dos personagens mais conhecidos de LoL. A série já conquista pelo visual, com uma animação que mistura as texturas de 3D e 2D. Um ótimo trabalho do estúdio Fortiche, que conseguiu resgatar a essência do jogo. Principalmente, no que diz respeito as disparidades sociais que existem na trama.

A narrativa é centrada nas irmãs Vi e Powder, moradoras na subperiferia de Zaun, onde o povo luta para sobreviver e se alimenta do que sobra de Piltover, a cidade de cima que abriga tecnologia de ponta e as pessoas do mais alto escalão. Durante uma missão liderada por Vi para surrupiar algumas bugigangas de valor e vende-las em Zaun, as coisas dão errado e um acidente ocorre depois que Powder encontra cristais que guardam uma fonte inestimável de poder.

Ao longo de nove episódios, Arcane trabalha com eficiência as diferenças e semelhanças entre Piltover e Zaun. Diferenças estão nas condições sociais. Enquanto Piltover tem muito, Zaun tem pouco. Esse abismo entre as duas cidades tem algo em comum: a ganância. Do lado de Piltover, quem está bem quer continuar bem e que se dane quem está sofrendo em Zaun. Enquanto issso, a cidade de baixo está submetida à sede de poder de Silco, que usa os moradores da subperiferia como cobaias de uma droga que ele acredita ser capaz de conter os avanços de Piltover.

O roteiro estabelece que não existe um bem ou mal. Nas duas cidades existem pessoas contraditórias e suas convicções podem gerar duras consequências. A relação das irmãs Vi e Powder fica marcada por um grande acontecimento envolvendo as duas cidades. Elas são vítimas, sendo Powder a que mais sofre mais sequelas. O segundo e terceiro ato é sobre sua transformação de uma criança inocente e frágil para a maníaca em bombas e armas, Jinx. O ato final é repleto de camadas e abre reflexões sobre as motivações de Vi e Jinx.

Arcane quebra todos os argumentos sobre ser impossível adaptar um game com excelência para outras mídias. Uma série com personagens atraentes e uma história fascinante até para aqueles que nunca tiveram contato com League of Legends. Sem exagero, mas estamos diante da melhor série de animação da temporada e um verdadeiro clássico da Netflix.

5

EXCELENTE

Arcane quebra todos os argumentos sobre ser impossível adaptar um game com excelência para outras mídias. Uma série com personagens atraentes e uma história fascinante até para aqueles que nunca tiveram contato com League of Legends. Sem exagero, mas estamos diante da melhor série de animação da temporada e um verdadeiro clássico da Netflix.