A Menina que Matou os Pais e O Menino que Matou Meus Pais | Crítica

​A Menina que Matou os Pais e O Menino que Matou Meus Pais exploram o caso Suzane Von Richthofen, crime que chocou o país no ano de 2002, e até hoje reverbera sobre os motivos que levaram Suzanne, o namorado Daniel Cravinhos e seu irmão Christian Cravinhos para assassinarem a sangue frio Manfred von Richthofen e Marísia, pais de Suzanne.

A Menina que Matou os Pais e O Menino que Matou Meus Pais | Crítica |
Divulgação/Prime Video

Previsto para chegar aos cinemas em 2020, os filmes acabaram sendo adiados por tempo indeterminado devido às incertezas da pandemia. Acabou que a melhor forma de lançar esse projeto seria via streaming. Ontem, os dois filmes chegaram no catálogo do Amazon Prime Video.

Dirigido por Mauricio Eça a partir do roteiro de Ilana Casoy e Raphael Montes (autores do ótimo Bom Dia, Verônica), os dois filmes tem uma proposta interessante, de explorar os dois lados dos depoimentos de Suzane e Daniel, que eram vistos como um casal de jovens apaixonados. Mas, na hora do julgamento, foi um combate para jogar a culpa no outro com o intuito de fugir de uma pena mais pesada.

​A Menina que Matou os Pais e O Menino que Matou Meus Pais tem o mesmo foco: explorar o namoro de Suzanne e Daniel, vividos respectivamente por Carla Diaz e Leonardo Bittencourt, que entregam de forma eficiente as controversas figuras do casal. Em um filme, Suzane era a pessoa problemática e a mentora do crime, enquanto no outro foi Daniel que manipulou a garota para matar seus pais.

Entre um filme e outro, há poucas informações novas. O que muda é posicionamento da câmera, alteração de alguns diálogos, e quem deu o primeiro fumo. Seria deveras interessante dois filmes, desde que cada história trouxesse algo novo, e que ganhasse contorno mais detalhados sobre o crime. Por fim, caberia em um filme de 2h explorar cada lado do casal. Ou até uma minissérie. Mas, os dois filmes acabam sendo uma experiência cansativa, já que os filmes preferem abandonar uma figura importante para a resolução do crime, e para definir o comportamento do casal. Andreas, irmão de Suzane, foi peça chave para o caso, e no filme é praticamente esquecido, sendo apresentado apenas como um aluno de aeromodelismo de Daniel.

A Menina que Matou os Pais e O Menino que Matou Meus Pais são eficientes em não romantizarem Suzane e Daniel. São dois filmes que denunciam as mentes frias e complexas que arquitetaram um crime trágico. Porém, há um grande desperdício em apenas focar nas versões conflitantes da história, quando haveria espaço para debaterem o julgamento, a cobertura midiática e a participação das defesas. Existe uma pequena introdução, e o filme não soube aproveitar nada disso.

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REGULAR

A Menina que Matou os Pais e O Menino que Matou Meus Pais são eficientes em não romantizarem Suzane e Daniel. São dois filmes que denunciam as mentes frias e complexas que arquitetaram um crime trágico. Porém, há um grande desperdício em apenas focar nas versões conflitantes da história, quando haveria espaço para três pontos importantes: o julgamento, a cobertura midiática e a participação das defesas. Existe uma pequena introdução, e o filme não soube aproveitar nada disso.