Ler é Bom, Vai | Uma Certa Crueldade, de Sophie Hannah

Qual não foi minha felicidade ao ver um livro do gênero policial entre os lançamentos do mês da Editora Rocco? Embora boa parte de minhas leituras preferidas venha de materiais de ficção, sem dúvida prefiro aqueles que envolvem a solução de um crime. Sophie Hannah é uma autora britânica conhecida por suas tramas repletas de mistério. Seu talento é tamanho, que ela conseguiu a honra de ser a primeira escritora a ter permissão para escrever sobre Hercule Poirot. Uma vez que você não saiba de quem estou falando, sugiro fazer uma busca rápida no Google. Mas não é sobre ele que viemos falar hoje no Ler é Bom, Vai! Em seu mais novo livro, Uma Certa Crueldade, Sophie nos cativa logo pela capa.

Uma Certa Crueldade

O livro traz de volta os detetives Simon Waterhouse e Charlie Zailer. É provável que você nunca tenha ouvido falar deles se esse é seu primeiro livro de Sophie Hannah. A dupla já esteve presente em A Vítima Perfeita e A Outra Casa, outros dois romances do gênero.

Uma Certa Crueldade
Divulgação/Rocco

A trama de Uma Certa Crueldade gira em torno de Amber Hewedine, uma mulher perturbada por problemas no passado. Ela tem dificuldades para dormir e crises de ansiedade desde que perdeu sua melhor amiga em um incêndio suspeito. Já não bastasse a tristeza, Amber ainda ficou com a custódia dos dois filhos da amiga. Felizmente – ou não – ela tem seu marido Luke para ajudá-la. Cuidar dos dois pode ser ainda mais difícil quando se tem de enfrentar os problemas pessoais que a protagonista enfrenta. Pensando nisso, ela resolve procurar a ajuda de uma hipnoterapeuta. É então que começa Uma Certa Crueldade.

“Gentil, Cruel, Certa Crueldade”

Uma frase simples e seca, mas que desperta algo em Amber. Ela acaba encontrando Charlie no caminho de sua consulta e a frase que vê em seu caderno perturba Amber. O destino da protagonista cruza com outra morte misteriosa, também em um incêndio. Assim como a amiga de Amber, a professora Katherine Allen perdeu a vida nas chamas. E o curioso? As palavras que ela tanto profere estavam escritas em um papel, encontrado no local de morte da professora.

O Que Achamos?

Fiquei com muito medo que Uma Certa Crueldade fosse nada mais do que um tradicional romance policial, com todos os clichês que tem direito. Para que todo o mistério e a tensão de Amber sejam compreendidos, é preciso que a personagem seja muito bem desenvolvida. E Sophie Hannah faz isso não apenas com a protagonista, mas com cada membro de sua história. Viajamos em meio as memórias de Amber e as palavras da autora são ao mesmo tempo esclarecedoras e misteriosas. Ela revela aos poucos o que realmente aconteceu, mas fica difícil discernirmos o que são lembranças e o que são fatos.

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