Ler É Bom, Vai | A Saga do Monstro do Pântano, por Alan Moore – Notícias do Fuça-Radioativa – Capítulo Um

A Saga do Monstro do Pântano começa a se reinventar. Essa é a sensação ao ler Notícias do Fuça-Radioativa – Capítulo Um (The Saga of the Swamp Thing #35, abril de 1985). Alan Moore, Stephen Bissette e John Totleben trazem um inovador conto sobre um monstro radioativo atacando os pântanos da Louisiana.

Narrada em diferentes pontos de vista, descobrimos que uma empresa estava jogando lixo tóxico em uma velha mina de uma cidade abandonada na Pensilvânia. Devido a problemas, foi preciso mudar o lugar da desova para os pântanos da Louisiana. Um funcionário desta empresa, Wallace, junto de sua esposa Treasure, precisa supervisionar para ver se o despejo é realizado de maneira correta.

O problema é que diversos moradores de rua ficavam nas minas. Um deles começou a beber o lixo tóxico, e ao invés de morrer, foi alterado, se tornando uma espécie de monstro, um quase zumbi. Foi apelidado pelas crianças locais como Fuça-Radioativa. Ele se alimenta deste lixo radioativo. Como a mina na Pensilvânia foi fechado, ele viaja junto para os pântanos.

Quem não fica nem um pouco feliz com isso é o Monstro do Pântano, que começa a sonhar com destruição e desolação nuclear. Com uma terra morta onde tudo cresce errado.

O legado de “Notícias do Fuça-Radioativa – Capítulo Um”

Aqui a Saga  do Monstro do Pântano dá uma guinada em direção a novos ares. Alan Moore começa a contar uma narrativa mais focada em um “monstro da semana”, uma criatura diferente que vai aparecer em edições e antagonizar o Monstro do Pântano.

Essa HQ tem um claro enfoque político. O nome é “Notícias do Fuça-Radioativa” justamente porque são espalhadas vários recortes de jornal pela edição, falando sobre acidentes nucleares a paranoia das pessoas com o tema. Apesar de cientes dos perigos que a energia nuclear e de resíduos tóxicos, eles seguem sendo usados.

Sim, quadrinhos de super-heróis começando a abordar política e temas mais da vida real. Esse tipo de conteúdo hoje é corriqueiro, mas na época era algo realmente inovador. Mais uma vez Alan Moore puxando os quadrinhos para frente, usando o personagem e o conceito criados por Stephen Bissette e John Totleben, os idealizadores do Fuça-Radioativa.

O próprio Fuça-Radioativa é um personagem diferente do que estávamos acostumados. Ele usa a lógica Marvel Comics de homem alterado pela radiação. Sabemos que ele foi alterado, mas ele não parece ter ganho nenhum poder em particular, exceto seguir bebendo lixo tóxico sem morrer. E sua aparência, que o tornou uma espécie de cadáver ambulante.

Próxima edição: Notícias do Fuça-Radioativa – Capítulo Dois

Guia de Leitura

 

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