Um grupo de meninas cheias de atitude, entregadoras de jornal de um subúrbio estadunidense nos anos 1980, acaba envolvido em uma aventura de ficção científica relacionada a viagens no tempo. Esse é o plot de Paper Girls, quadrinho escrito por Brian K. Vaughan (Saga, Y – O Último Homem) e desenhado por Cliff Chiang, publicado pela Imagem Comics. Aqui no Brasil já saíram os dois primeiros volumes pela Editora Devir.
Muito da força de Paper Girls vem da força de suas protagonistas. Erin, Mac, KJ e Tiffany são estereotipadas, mas também cheias de personalidade. É bem fácil reconhecer: certinha, a durona, a esperta e a ligada em tecnologia. Brian K. Vaughan, sabendo que lida com personagens nos anos 1980, não hesita em mostrar coisas que seriam comuns na época, mas não hoje em dia. Elas fumam, fazem piadas homofóbicas, respondem autoridades, num comportamento clássico de sua idade.
A história começa no Dia das Bruxas de 1988, quando elas se unem para fazerem sua rota de entregas. Os problemas começam comuns, como adolescentes encrenqueiros, policias ranzinzas etc. É só depois que os elementos fantásticos começam a aparecer. Homens esquisitos vestidos de preto começam a serem avistados no bairro. Pessoas começam a sumir. Quando elas percebem, estão no meio de um conflito entre duas facções de uma batalha através do tempo.
Paper Girls é um excelente quadrinho, ganhou dois Prêmios Eisner em 2016, de Melhor Série Nova e Melhor Desenhista (para Cliff Chiang). Apesar de estarmos saturados de filmes e referências aos anos 1980, essa obra tem tantas ideias e conceitos novos que vale a pena. A leitura flui tão bem que você acaba o primeiro volume e fica querendo que o segundo já estivesse pronto (agora está, mas levou quase um ano e meio).