Lançado em 2006, O Labirinto do Fauno projetou Guillermo del Toro no cenário estadunidense. O longa que mistura fantasia e terror parece ter saído das páginas de um livro, mas, na verdade, a história nasceu a partir de um sonho do diretor mexicano quando criança.
Se você ainda não assistiu ao filme, recomendo que leia o livro e depois parta para o filme. A experiência será inesquecível. Mas, se assim como eu, já conferiu o longa, a versão em prosa apresenta um conteúdo adicional, que não foi explorado na produção cinematográfica.
Para acompanha-lo nessa jornada literária, o diretor mexicano trouxe Cornelia Funke, escritora e ilustradora alemã conhecida pelas obras O Senhor dos Ladrões, a trilogia Mundo de Tinta e da série Reckless. A autora sempre foi fã de O Labirinto do Fauno e, essa paixão, é nítida em cada página do livro, lançado no Brasil pela editora Intrínseca em uma edição de luxo, contendo belíssimas ilustrações.
A história se passa no ano de 1944, em pleno período ditatorial na Espanha, conhecido como regime franquista, Ofélia e a mãe cruzam uma estrada de terra que corta uma floresta longínqua ao norte da Espanha, um lugar que guarda histórias já esquecidas pelos homens. O novo lar é um moinho de vento tomado pela escuridão e pela crueldade do capitão Vidal e seus soldados, dispostos a tudo para exterminar os rebeldes que se escondem na mata.
Diante do ambiente cruel e hostil do Reino dos Homens, Ofélia, apaixonadas por livros e contos de fadas, busca refúgio quando descobre a existência do Reino Subterrâneo. Ao encontrar fadas e o Fauno em um grande labirinto, a garota descobre que é a reencarnação de uma princesa chamada Moana e precisa completar três missões para retornar ao seu antigo lar.
Se o filme O Labirinto do Fauno já é uma obra irretocável, o livro mantém o mesmo nível. Mesmo já conhecendo a história, a adaptação em prosa de Cornelia Funke consegue prender, emocionar e trazer uma linda narrativa sobre o poder da imaginação de uma criança para enfrentar a dura realidade dos homens.