Ler é Bom, Vai! Malorie, a sequência de Caixa de Passáros

Malorie
Reprodução/Intrínseca

Malorie é a aguardada continuação de Caixa de Passáros, livro de suspense de Josh Malerman lançado em 2014, que ganhou um filme lançado pela Netflix  em 2018. Muitos se questionavam se era necessário que a história ganhasse mais um livro, já que o final fechou o ciclo de Malorie e seus filhos.

Se o sucesso instantâneo de Caixa de Pássaros foi primordial para que Josh continuasse com a história, o fato é que alguns pontos poderiam ser abordados nesse novo romance, e o autor cria uma história instigante, claustrofóbica e que vai de encontro com a nossa situação atual de pandemia.

Caixa de pássaros é um thriller psicológico tenso e aterrorizante, que explora a essência do medo. Uma história que vai deixar o leitor completamente sem fôlego mesmo depois de terminar de ler. Basta uma olhadela para desencadear um impulso violento e incontrolável que acabará em suicídio. Ninguém é imune e ninguém sabe o que provoca essa reação nas pessoas. Cinco anos depois do surto ter começado, restaram poucos sobreviventes, entre eles Malorie e dois filhos pequenos. Ela sonha em fugir para um local onde a família possa ficar em segurança, mas a viagem que tem pela frente é assustadora: uma decisão errada e eles morrerão.

Lançado novamente pela editora Intrínseca, Malorie é ambientado 12 anos depois de Caixa de Pássaros, acompanhando a personagem título tendo um extremo cuidado com os filhos agora adolescentes, Tom e Olympia. Depois de tantos traumas e perdas que presenciou, ela segue tudo a risca para garantir a sobrevivência da família. Fiquem vendados. E NÃO ABRAM OS OLHOS é a lição mais importante (e cobrada todos os dias) para que Tom e Olympia cumpram.

Contudo, os irmãos estão na fase de descobertas, onde a curiosidade está a todo o vapor. E começam a questionar a mãe sobre o que existe lá fora. E se talvez não existisse mais o surto? Ou se talvez seria possível viver sem as vendas nos olhos?

Morando em uma fazenda e seguindo uma vida metódica, o trio é chacoalhado com o rumor de um grupo de sobreviventes morando em uma vagão de trem, onde pessoas que ela considerava mortas, talvez estejam vivas. Além disso, surgem relatos de que as criaturas do surto podem ter sido capturadas.

A partir daí, Malorie tem duas escolhas: continuar vivendo com os filhos de forma segura e fingir que nada aconteceu. Ou se aventurar pelo desconhecido na busca de respostas e um pouco de esperança.

Mais uma vez, a escrita de Josh Malerman prende o leitor nas primeiras páginas. Ficamos sempre com a pulga atrás da orelha e compreendemos as motivações de Malorie. Seu comportamento controlador e que irrita os filhos é para protegê-los, pois ela sabe dos riscos lá fora. Mas ao mesmo tempo, ela ainda é uma sonhadora e acredita que pode se reencontrar com pessoas importantes do seu passado.

Malerman cria uma atmosfera angustiante e sufocante. Não há um momento sequer de conforto. Ele deixa evidente de que as criaturas estão na espreita aguardando qualquer tropeço dos personagens.


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Malorie traz muitas reflexões sobre nossas escolhas e comportamentos. Os dilemas discutidos no livro nos fazem pensar sobre a pandemia global, com parte da população seguindo as regras de forma pontual, mas existem aqueles que fazem pouco caso e já estão agindo como se a gripe nunca existisse.

Um livro que está mais conectado com a nossa realidade do que gostaríamos.

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