Primeiramente, gostaria de declarar que essa matéria não segue nenhuma ideologia. Mesmo que eu seja uma mulher, o objetivo principal é descrever o livro, além de compartilhar minha opinião sobre ele. Sempre tive preguiça e preconceito com pensamentos radicais, até mesmo quando eu me encaixava em algum deles. O feminismo atualmente perdeu boa parte de seus ideais, por consequência do tal radicalismo mencionado anteriormente. Analogamente ao machismo, defendido em sua maioria por homens, essa doutrina visa principalmente, a ampliação do papel e dos direitos das mulheres na sociedade. Entretanto, basta circular poucos segundos pelas redes sociais para perceber o quão deturpado está o significado da palavra feminismo nos dias atuais. Quando escolhi Lute Como Uma Garota, publicado pela Editora Cultrix, do Grupo Editorial Pensamento, o fiz com o pé atrás. Não queria ter de ler apenas mais uma vertente do radicalismo feminista. Entretanto, ainda bem que fiz tal escolha.
Trouxe o livro para o Ler é Bom, Vai! por ser justamente o que para mim, é o verdadeiro feminismo.
Sinopse
“Estamos vivendo novos tempos: a discussão sobre os direitos das mulheres não se concentra mais em grupos específicos e a luta feminista amplia seu debate na sociedade. Da violência contra a mulher à cultura do estupro, uma série de questões é tema de conversa frequentes na mídia e nas redes sociais. Mas como chegamos até aqui? Quem nos ajudou nessa trajetória? “Lute como uma Garota”, de Laura Barcella, reúne o perfil de figuras importantes da militância feminista, abrangendo as pioneiras do século XVIII e as estrelas pop dos dias de hoje, como Frida Khalo, Simone de Beauvoir, Oprah Winfrey e Madonna.”
O Livro
Conforme foi descrito na sinopse, Lute Como Uma Garota nos conta histórias. O livro traz o depoimento de 60 mulheres que marcaram a história, seja por seus feitos ou por seus ideais. Muitas são mundialmente conhecidas, outras nem tanto. Acima de tudo, tais mulheres simbolizam a representatividade da mulher na sociedade mundial. Esse é afinal, o significado do substantivo feminismo.
Algumas das figuras representadas no livro estão, para mim, entre as pessoas mais importantes no mundo. Veja que não citei mulheres, mas sim pessoas. Devemos lembrar que antes de retratarem um sexo, elas retratam uma raça. Até quando iremos classificar tal feito ou realização de acordo com o gênero? O que lutamos é acima de tudo, por igualdade. Graças ao que pessoas como Oprah Winfrey e Clarisse Lispector fizeram, muitas portas foram abertas em direção a essa uniformidade. Assim com elas, devemos sempre lutar como uma garota e não desistir daquilo que desejamos.
Você certamente conhece Beyoncé, Madonna, Maria da Penha, Frida Kahlo. Conhece, porém, os desafios que elas tiveram que enfrentar para serem conhecidas por você? Provavelmente já deve ter ouvido, por exemplo, que Yoko Ono foi a responsável pela separação dos Beatles. Por que não ouvimos que tal responsabilidade pode ser atribuída a John Lennon? Ele era o membro da banda em questão, mas até hoje ouvimos o boato de que a culpa foi dela. Será mesmo?
“A sociedade masculina deixa os homens pensarem que as mulheres são algo bonitinho, suave, esse tipo de coisa… Quis apenas mostrar o que somos. Somos nós, mulheres que realmente criamos a raça humana” – Yoko Ono
O Que Achamos de Lute Como Uma Garota?
Respondendo a pergunta acima, achei sensacional! O livro é ótimo, independente se você for um leitor do sexo masculino ou feminino. Sei que infelizmente, o público masculino terá um certo preconceito com a leitura, mas recomendo fortemente que não o tenham. Independente do quão degenerado esteja o conceito de feminismo hoje em dia, anos atrás ele foi extremamente necessário. Ser a primeira mulher a entrar em uma universidade, por exemplo, parece algo engraçado, quando pensamos que hoje em dia basta fazer uma prova ou pagar uma matrícula. Entretanto, ter nascido no sexo feminino já foi empecilho para muitas coisas. Ainda somos obrigados a ouvir que determinado esporte é “de homem ou de mulher”, que determinada cor é “para homem ou para mulher” e que determinada roupa é “masculina ou feminina”. Lembram-se da igualdade mencionada anteriormente? É por elas que devemos lutar, não para uma separação por gênero.
Lute Como Uma Garota é daqueles livros que deve ficar na cabeceira ou na mesa da sala. Sempre que alguém for lhe fazer uma visita, ficará com uma frase marcante na cabeça. Quem sabe assim, conseguiremos mudar pensamentos e pré-conceitos?
“Há uma quantidade enorme de talento desperdiçada em nossa sociedade só porque esse talento usa saias” – Shirley Chisholm