Ler é Bom, Vai! Leviathan - Vol.1, de Shiro Kuroi Ler é Bom, Vai! Leviathan - Vol.1, de Shiro Kuroi

Ler é Bom, Vai! Leviathan – Vol.1, de Shiro Kuroi

O início dessa jornada sombria e fascinante
Divulgação/JBC

Ao nos depararmos com uma obra como Leviathan – Vol.1, é inevitável a sensação de adentrarmos um universo vasto e inquietante, onde a escuridão do espaço é tão profunda quanto os segredos que ela guarda. Este primeiro volume, lançado originalmente na França pela editora Ki-oon, e posteriormente abraçado pela gigante japonesa Shueisha, carrega consigo uma aura de mistério que permeia cada página, cada quadro. A editora JBC nos presenteia com uma edição em formato 15 x 21 cm, que faz jus à grandiosidade e à intensidade da narrativa que Shiro Kuroi constrói com maestria.

Ler é Bom, Vai! Leviathan - Vol.1, de Shiro Kuroi

A narrativa de Leviathan – Vol.1 não se limita a ser apenas uma obra de ficção científica; ela mergulha fundo no psicológico dos personagens, criando uma atmosfera que mistura suspense, horror e um toque de crítica social. A inspiração clara em O Senhor das Moscas de William Golding não passa despercebida, mas Shiro Kuroi consegue dar uma roupagem nova a essa luta pela sobrevivência, transferindo o palco da selvageria humana para as profundezas do cosmos. Quando um grupo de saqueadores espaciais se depara com a nave parcialmente destruída à deriva entre a Terra e Próxima Centauri, somos levados junto com eles a explorar não só o espaço físico, mas também as profundezas da alma humana.

O grande trunfo de Kuroi reside na maneira como ele constrói o suspense. A descoberta do diário deixado para trás por um jovem tripulante é um recurso narrativo que nos insere diretamente na trama, fazendo-nos sentir como se estivéssemos ao lado dos saqueadores, lendo aquelas páginas amareladas, impregnadas de medo e desesperança. Através dessas palavras, somos apresentados ao destino das crianças que habitavam a nave Leviathan, um destino tão sombrio que parece ter sido extraído das profundezas mais obscuras do inconsciente humano. A transformação dessas crianças, que passam de seres inocentes a verdadeiros predadores, lutando pela sobrevivência em um ambiente que mais se assemelha a um pesadelo, é tanto fascinante quanto perturbadora.

A arte de Shiro Kuroi é um espetáculo à parte. Cada página é meticulosamente desenhada para capturar o desespero e o isolamento que os personagens sentem. O vazio do espaço, com sua vastidão silenciosa, contrasta de forma brutal com a claustrofobia sentida dentro da nave. A escuridão é quase palpável, e Kuroi a utiliza de forma magistral para intensificar o clima de terror psicológico. A cada virar de página, somos envolvidos por essa atmosfera opressora, que parece nos apertar o peito e nos fazer questionar o que realmente acontece na escuridão do espaço.

Leviathan – Vol.1 é apenas o início dessa jornada sombria e fascinante. Este primeiro volume nos deixa com perguntas não respondidas, mas com uma curiosidade insaciável sobre o que está por vir. O suspense é construído de forma precisa, mantendo o leitor em um estado constante de tensão e expectativa. Shiro Kuroi consegue, com habilidade, nos prender em uma narrativa que é tanto um estudo psicológico quanto uma obra de ficção científica.

Com a promessa de mais dois volumes para completar essa trilogia, ficamos na expectativa de ver como essa história se desenrolará. As sementes do horror e do suspense já foram plantadas, e agora resta-nos aguardar, ansiosamente, pelo desfecho dessa narrativa que nos transporta para um lugar onde a humanidade é testada em seus limites mais extremos. Este primeiro volume coloca Shiro Kuroi no radar de construção de universos que são tanto deslumbrantes quanto aterrorizantes.


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