Ler é Bom, Vai! Blade: A Lâmina do Imortal – Vol. 3 Ler é Bom, Vai! Blade: A Lâmina do Imortal – Vol. 3

Ler é Bom, Vai! Blade: A Lâmina do Imortal – Vol. 3

Mangá aprofunda a complexidade moral e emocional de seus protagonistas
Divulgação/JBC

O terceiro volume de Blade – A Lâmina do Imortal da editora JBC, continua a nos envolver em uma narrativa tão afiada quanto as lâminas que os personagens manejam. O mangá não apenas expande seu universo, mas também aprofunda a complexidade moral e emocional de seus protagonistas. Ao abrir o volume, nos deparamos com Manji e Rin, dois personagens cujas jornadas estão entrelaçadas por um desejo de vingança que transcende a mera retaliação. Eles aguardam ansiosamente o momento em que Anotsu Kagehisa, o temido líder do Ittou-Ryu, deixará Edo, mas o destino tem outros planos para eles.

Ler é Bom, Vai! Blade: A Lâmina do Imortal – Vol. 3

A introdução de Shira, um personagem cuja presença é tão enigmática quanto ameaçadora, adiciona uma nova camada de tensão à trama. Shira se apresenta como um aliado potencial, alguém que, como Rin e Manji, busca a cabeça de Anotsu. Contudo, suas intenções são imediatamente questionáveis, e Manji, sempre cético e protetor, recusa a oferta de aliança. Essa rejeição por parte de Manji não é apenas uma demonstração de seu instinto de sobrevivência, mas também reflete seu profundo ceticismo em relação à moralidade daqueles que se propõem a lutar ao seu lado. É aqui que a verdadeira força de Rin é testada. Ela se encontra em uma encruzilhada, onde deve decidir se deve confiar em Shira e seus companheiros ou seguir o caminho solitário e incerto com Manji.

O volume também retoma o arco de Araya, oferecendo um desfecho que não apenas fecha uma linha narrativa, mas também destaca o crescimento emocional de Rin. Sua decisão, repleta de dor e arrependimento, é um testemunho da complexidade de sua personagem. Rin não é uma simples acompanhante na jornada de Manji; ela é a alma que carrega o peso da vingança e das consequências de suas escolhas. Samura, com sua habilidade narrativa, faz de Rin uma personagem multifacetada, cujas ações e pensamentos ressoam profundamente com o leitor.

O capítulo dedicado a Magatsu, o único sobrevivente da Ittou-Ryu após o confronto com Manji, é outro ponto alto deste volume. Magatsu é mais do que um mero peão nos planos de Anotsu; ele é um reflexo das consequências devastadoras de seguir o caminho da espada. Sua história é uma meditação sobre a inevitabilidade da violência e o preço que se paga por viver por e para a espada. Hiroaki Samura, em sua sabedoria narrativa, usa Magatsu para explorar os temas de lealdade, arrependimento e redenção, trazendo à tona questões morais que reverberam em toda a obra.

Blade – A Lâmina do Imortal – Vol. 03 também nos presenteia com a introdução de novos personagens, como Shira e Hyakurin. Shira, com seu comportamento sociopático, representa o lado mais sombrio da sede por vingança, enquanto Hyakurin, com seu passado trágico, oferece uma visão mais humanizada das consequências da violência. Hyakurin, em particular, é um personagem que se destaca pela profundidade de sua dor e pela força com que enfrenta seu destino. Ela é um lembrete de que, no universo de Samura, a vingança não é uma busca gloriosa, mas sim uma jornada marcada por sofrimento e sacrifício.

À medida que o volume avança, somos levados a um clímax repleto de reviravoltas, onde as estratégias dos personagens são testadas até o limite. O plano de Shira e Hyakurin, embora bem articulado, é rapidamente superado pela astúcia de Anotsu, que, como sempre, está um passo à frente de seus adversários. Os capítulos finais são uma montanha-russa de emoções, onde cada virada de página aumenta a tensão e a expectativa para o próximo volume. Samura encerra o terceiro volume com um gancho poderoso, deixando o leitor ansioso para descobrir o que o futuro reserva para Manji, Rin e seus aliados improváveis.

Em suma, Blade – A Lâmina do Imortal – Vol. 03 é um testemunho da habilidade de Hiroaki Samura em tecer uma narrativa rica em nuances e complexidade. Cada personagem, cada decisão, cada golpe de espada ressoa com uma profundidade emocional que poucos mangás conseguem alcançar. Este volume não é apenas uma continuação da história; é uma exploração das consequências da violência, do peso da vingança e das escolhas difíceis que definem o caráter de seus protagonistas. É uma obra que convida o leitor a refletir, a se emocionar e, acima de tudo, a ansiar pelo que está por vir.