Ler é Bom, Vai! Battle Royale - vol. 1, de Koushun Takami Ler é Bom, Vai! Battle Royale - vol. 1, de Koushun Takami

Ler é Bom, Vai! Battle Royale – vol. 1, de Koushun Takami

O retorno ao Brasil de um clássico perturbador e provocativo
Divulgação/Pipoca & Nanquim

Lançado originalmente em 1999 como um romance, Battle Royale se tornou um bestseller com mais de um milhão de cópias vendidas, dando origem a todo um subgênero de filmes, animes e videogames, e servindo de inspiração para obras como a série Round 6, Jogos Vorazes e games como Fortnite, PUBG, entre outros. Roteirizada pelo próprio autor Koushun Takami, com arte de Masayuki Taguchi, a adaptação para mangá estreou em 2000, assim como o filme live-action dirigido por Kinji Fukasaku, que gerou controvérsias e foi banido em diversos países.

 

Ler é Bom, Vai! Battle Royale - vol. 1, de Koushun Takami

A adaptação em mangá chega ao Brasil em uma edição Omnibus de cinco volumes pela editora Pipoca & Nanquim. Tão brutal quanto fascinante, o mangá Battle Royale merecia um retorno às prateleiras brasileiras depois de tantas idas e vindas. A brutalidade gráfica e a intensidade emocional dessa obra não só perpetuam sua relevância, mas também reafirmam sua posição como um clássico perturbador e provocativo. Cada página é um testemunho da complexidade humana e das extremidades às quais somos levados em situações extremas.

O volume 1 de Battle Royale conta com 620 páginas abordando a origem de “O Programa”, um jogo sádico promovido por um governo ditatorial, que reúne todo ano 42 estudantes do fim do Ensino Fundamental em um local isolado e os obriga a caçar uns aos outros até que reste apenas um sobrevivente. Enquanto alguns alunos não perdem tempo e logo entram no jogo, Shuya e Noriko se recusam a participar da carnificina, determinados a encontrar alguma forma de fugir daquele pesadelo sem precisar sujar as mãos de sangue. Mas, quando a ordem é “matar ou morrer”, até que ponto eles podem confiar em seus colegas de sala? Esse cenário desesperador é desenhado com maestria por Taguchi, cuja arte não só complementa, mas intensifica o horror psicológico da narrativa de Takami.

Koushun Takami fez duas críticas já em 1999 na obra em livro e na versão em mangá de 2000 a 2005 sobre o fascismo e extremismo político. A ilustração de Masayuki Taguchi pesa a mão na violência e muitos planos gore. As ilustrações gráficas e detalhadas, repletas de sangue e expressões de desespero, não são meras gratuitidades, mas sim um reflexo brutal da desumanização e da perda de inocência enfrentada pelos personagens. Cada morte, cada conflito, é um lembrete contundente da fragilidade da moralidade humana quando confrontada com a sobrevivência.

Com muitas cenas de flashback misturando com o presente, Koushun Takami faz dos personagens de Battle Royale importantes para o leitor, porque com o passado deles vamos entendendo cada comportamento. Shuya cresceu em um orfanato e sonha em se tornar um astro do rock; Noriko é uma garota doce e gentil que gosta de cozinhar e cuidar de seus irmãos. Então é notório que ambos iriam se recusar a participar do Programa. Acaba que o leitor, durante as motivações de cada personagem, faz a devida reflexão de como reagiria naquela situação. Essas narrativas de fundo são essenciais, pois humanizam os participantes do Programa, transformando-os de meros peões em uma arena mortal em indivíduos com sonhos, medos e histórias complexas.

O volume 1 de Battle Royale termina com um incrível gancho, daqueles de roer as unhas pela continuação. Se você não conhecia essa obra, vai entender o porquê dela ser uma grande referência da cultura pop. Essa edição Omnibus não é apenas uma coleção de capítulos, mas sim uma experiência imersiva que desafia o leitor a confrontar as extremidades da condição humana e questionar os limites da moralidade e da sobrevivência.


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