Em muitas resenhas, críticas ou simplesmente, páginas que falam sobre livros, consegue-se um breve resumo daquilo que cada um tem a oferecer. Em A Colônia, de Ezekiel Boone e da editora Suma das Letras, falar um pouco do que cada página contém pode estragar o grande atrativo do mesmo. Há quem diga que esse é um livro de terror, besteira na minha opinião. A menos que você sofra de Aracnofobia.
Peguei essa frase do livro, pelo fato de pensar igual a Melanie. Nunca tive medo de aranhas, mas enquanto lia A Colônia me peguei olhando em volta a cada 5 minutos. Antes de começar a ler, fique sabendo que essa é a primeira parte de uma trilogia, caso contrário pode vir a odiar o final (como eu odiei, pois não sabia), ou melhor, uma tentativa de ter um.
Apesar do péssimo “”””””fim””””””, consegui me surpreender bastante. O livro demora a ficar bom, talvez um pouco mais do que o necessário, mas quem se atém a continuar ganha um belo exemplo de boa escrita. Diferente do que estamos acostumados em filmes com aranhas, Boone consegue encaixar os animais na história, de maneira que as torne protagonistas. Sim, as principais personagens são a-r-a-n-h-a-s; e sim, a trama é muito boa! Desde o começo temos noção do que e o que está acontecendo, e ver o desenrolar da história é agoniante e pavoroso ao mesmo tempo.
“Talvez, se tivesse olhado com mais atenção, tivesse visto os ossos soterrados pelas aranhas, os corpos completamente descarnados. Talvez tivesse se dado conta de que havia um motivo para ele não ter visto o supervisor desde que os dois cientistas apareceram. E, talvez, se tivesse descido sozinho, se não tivesse tanto falatório, ele tivesse escutado o barulho às suas costas, lá no túnel. Um farfalhar. O som de algo se rompendo. Se ele tivesse escutado, teria percebido que as aranhas não estavam todas mortas. Talvez ele aí tivesse gritado para os homens enfiarem a porta de volta no lugar e segurarem com força.Talvez. Mas não escutou.”
Em cada capítulo, uma história diferente. Os ‘figurantes’ da trama são apresentados em blocos separados no livro, um conto por vez, mas que irá retornar páginas depois. Entendeu ? É basicamente um grupo de pessoas, convivendo com o que está acontecendo com os aracnídeos, que podem vir a se encontrar em um futuro próximo, ou no livro seguinte. Não se preocupem, tudo faz sentido!
A invasão acontece em todo o mundo, nas principais cidades, dos países mais populosos. Já podem imaginar o pandemônio que se desenvolve disso ? Esse é o grande lance do livro, a agonia, o pavor, a ansiedade e até mesmo a esperança do que pode vir. É algo diferente do que estamos acostumados a ver como ameaça. Tente matar uma colônia inteira de aranhas assassinas. Não é lá tão fácil .
O ponto negativo do livro, é algo realmente ruim. Em lugar nenhum está escrito que o livro é parte de uma trilogia, então , a menos que você esteja lendo esse texto e/ou procure na internet, você vai detestar o final e achar pior que o final de Dexter. Depois de quase 280 páginas, Boone terminou a história em basicamente duas . Não sei o porque de ele ter corrido, acelerado e até jogado a conclusão de maneira tão abrupta. Simplesmente viramos a página, e acabou.
Não pensem que o desfecho é inferior a todo o resto, porque não é. Esperei que tudo convergisse em duas possíveis vertentes, o lado bom ou o lado ruim. Convergiu para o meio, para um final alternativo e surpreendente. O mesmo poderia, porém, ter sido melhor trabalhado e explorado em mais capítulos, ao invés de inserido em um parágrafo simples. Boone está de parabéns pelo livro, mas precisa melhorar suas conclusões. Uma pena.