Furiosa: Uma Saga Mad Max Furiosa: Uma Saga Mad Max

Furiosa: Uma Saga Mad Max | Crítica

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Em 1979, George Miller escreveu, produziu e dirigiu Mad Max, um filme sobre um policial que combate uma gangue de motoqueiros em uma Austrália decadente, que trazia Mel Gibson como o protagonista Max Rockatansky. O filme foi um sucesso enorme e ganhou duas sequências no início dos anos 1980. Durante décadas essa franquia se manteve no imaginário dos amantes da cultura pop, mas os fãs achavam que estava finalizada. Até que, em 2015, foi lançado Mad Max: Estrada da Fúria, um filme que trouxe Mad Max de volta aos cinemas de uma forma completamente diferente – um espetáculo de alta octanagem com um nível altíssimo saído de uma imaginação distorcida.

Foi em Estrada da Fúria que conhecemos a Imperatriz Furiosa, interpretada por Charlize Theron. Uma mulher implacável, que serve o exército de Immortan Joe, mas se volta contra ele para salvar as escravas sexuais que ele chama de esposas. Sua missão é levá-las ao Lugar Verde das Muitas Mães. A personagem se tornou uma das favoritas do fãs e dominou o filme, deixando o protagonista titular quase como um coadjuvante, já que todo o peso dramático e emocional do filme cai sobre ela.

Furiosa: Uma Saga Mad Max conta a história de origem – e também é um thriller de vingança – dessa personagem, que vivia em Lugar Verde das Muitas Mães – um local cuja localização é mantida em segredo para que sua abundância natural não seja saqueada. Ao se afastar do local, ela é descoberta por membros de uma gangue de motoqueiros, que a levam embora.

Furiosa (interpretada por Alyla Browne quando criança) acaba indo parar nas mãos do sádico senhor da guerra Dementus (Chris Hemsworth), que mata sua mãe e se torna o objeto de seu ódio. Ela passa a viver com pessoas cujo deserto transformou em seres monstruosos e violentos. Mas Furiosa não é como eles, as memórias de casa que a moldaram, também a tornaram capaz de se adequar para lidar com os horrores que passa a viver. Mesmo sendo apenas uma garotinha, ela já dá sinais de sua perspicácia e aprende o que significa viver entre predadores. Ela também não é uma donzela em perigo e sabe que é preciso lutar pela liberdade.

Seu captor anda vestindo uma capa branca esvoaçante, enquanto viaja em uma carruagem puxada por motocicletas. Uma figura absurda, mas que ao mesmo tempo também tem uma história trágica que o levou a ser daquela forma. Dementus é ambicioso e inveja a expansiva Cidadela do senhor da guerra Immortan Joe (Lachy Hulme). Sua tentativa de invasão ao local dá errado, mas Dementus acaba usando Furiosa como moeda de troca em um acordo com Immortan. Ela é levada para ser uma das esposas, cuja função é tentar gerar filhos vivos de Immortan, mas obviamente ela se recusa a passar por isso – também evita as investidas nojentas de um dos filhos de Immortan. Furiosa se disfarça como um garoto mudo e por anos trabalha na Cidadela sem que ninguém desconfie dela.

Anya Taylor-Joy aparece depois de quase uma hora de filme e traz a maior parte da ação consigo. Furiosa quer provar sua capacidade enquanto busca vingança. Quando ela conhece Praetorian Jack (Tom Burke), um piloto com ares de Max Rockatansky, passa a dirigir a máquina de guerra de Immortan Joe e ganhar importância entre os seguidores dele. Apesar disso, seu desejo de acabar com Dementus pelo que ele fez com ela nunca vai embora. O que acontece nessas tentativas de vingança é o que leva Furiosa a se tornar a mulher durona, careca e sem um braço que tanto gostamos.

Demora um pouco para se acostumar com a atriz como Furiosa, porque Charlize Theron trouxe para a personagem uma mistura tão distinta de raiva crua e melancolia profunda que talvez a jovem ainda não tenha alcançado totalmente. Mas mesmo assim, ela faz um ótimo trabalho, assim como a pequena Alyla Browne – que por sinal estava muito parecida com sua versão mais velha no filme.

As cenas de ação de Furiosa: Uma Saga Mad Max parecem um pouco mais contidas do que as de Estrada da Fúria, apesar disso, o longa conta com várias cenas inovadoras de tirar o fôlego. Elas também conversam bem com as do filme anterior, ao mesmo tempo que estabelecem uma identidade levemente diferente para o filme de origem da heroína. Não cabe exatamente uma comparação entre os dois filmes, já que eles se complementam, com o mais recente expandindo a mitologia da saga criada por George Miller.

Furiosa: Uma Saga Mad Max estreia em 23 de maio nas telonas de todo o Brasil, também em versões acessíveis, com distribuição da Warner Bros. Pictures. Para mais informações, consulte os cinemas de sua cidade.

4

Ótimo

Furiosa: Uma Saga Mad Max é uma ótima história de origem repleta de ação e reviravoltas, que encontra seu próprio ritmo ao expandir a franquia criada por George Miller. Definitivamente vale a pena ser visto na telona!