Atlas Atlas

Atlas | Saiba o que rolou na coletiva do filme com Jennifer Lopez

Divulgação/Netflix

Atlas, novo filme da Netflix estrelado por Jennifer Lopez (A Mãe), e dirigido por Brad Peyton (Rampage: Destruição Total), chegou catálogo do serviço de streaming em 24 de maio de 2024.

No filme, Atlas Shepherd, uma analista de dados brilhante e antissocial, com profunda desconfiança da inteligência artificial, junta-se à uma missão para capturar um robô renegado com quem compartilha um passado misterioso. Mas quando os planos dão errado, sua única esperança de salvar o futuro da humanidade da IA é confiar nela.

Dois dias antes da estreia, no dia 22 de maio, aconteceu a coletiva de imprensa do filme no México, da qual participamos de forma online. Nela, o elenco e o diretor falaram mais sobre a produção e sobre as inteligências artificiais. Confira o que rolou!

Jennifer Lopez começou revelando quais personagens femininas da ficção científica serviram de inspiração para a composição de sua personagem, segundo a atriz, entre elas estão Linda Hamilton em O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final e Sigourney Weaver em Alien, “elas duas para mim foram as personagens mais icônicas em filmes de ação e ficção científica”.

“Um dos motivos pelos quais eu amo [James] Cameron é Aliens, O Resgate, no qual ele trabalha com Sigourney e também Linda Hamilton em Exterminador do Futuro, e o tom que ele faz e o jeito incrível que ele faz com que personagem femininas sejam fodonas. Essa cara é o melhor nisso”, completa o diretor Brad Peyton.

Já o ator Simu Liu disse que Star Trek é a sua maior referência em termos de ficção científica. “Eu era muito fã de Star Trek quando era mais novo, eu amava o Data de Brent Spiner. Eu achava fenomenal”. Ele também falou sobre outras inspirações, “interpretar Harlan como uma inteligência artificial, existem várias inspirações, começando com Kubrick. Em 2001 – Uma Odisséia no Espaço tem a voz do Hal.”

O trabalho em Atlas fez Jennifer Lopez refletir sobre as novas tecnologias, “a tecnologia está avançando o tempo todo e muito disso me deixa nervosa”. Ela completa, “inteligência artificial é como qualquer outra tecnologia. Eu me lembro, no mundo da música, quando surgiu a Internet, todo mundo dizia “nunca vai se apoderar da música”. Ok, isso aconteceu. Você precisar estar aberto ao fato de que mudanças vão acontecer o tempo todo”.

Mesmo tento atuado em várias produções, a atriz revela que ainda sente borboletas no estômago cada vez que trabalha em algo. “Eu estou com borboletas agora! Eu sempre tenho borboletas. Eu acho que nunca me acostumo, não importa quanto tempo eu esteja nessa indústria. Eu sempre sinto a animação de fazer o que eu faço e de poder ser abençoada por fazer o que eu faço. É um grande privilégio poder ter encontrado tão jovem algo que sou tão apaixonada. Entreter, me apresentar, dançar, cantar, atuar, produzir. E poder fazer isso minha vida inteira”.

Quando questionado se ele também sentia borboletas no estômago, Simu Liu fez uma brincadeira referente à um dos maiores shows da carreira de Jennifer Lopez, “eu fico super confortável quando estou no palco do Super Bowl, com 75 mil fãs”.

Apesar da brincadeira, ele concordou com a colega de elenco, “eu acho que as borboletas nunca vão embora. Como artistas, achamos um jeito de ficarmos animados com as borboletas e usamos essa energia nervosa e abraçamos ela, de certa forma. Acho que alguns dos maiores atores que já conheci, alguns que me inspiram, tinham um medo terrível do palco, ficavam nervosos e com ansiedade. E não é a falta dessas coisas que faz com que eles sejam ótimos, mas o fato de que aceitaram, abraçaram e trabalham nisso”.

“Eu venho do mundo da animação, eu sento sozinho em uma sala e desenho figuras. Quando você vai para um set e tem 400 pessoas querendo sua opinião é assustador. Mas as borboletas no estômago indicam que você se importa, se você não sente elas, algo está errado”, completa o diretor com suas impressões sobre o assunto.

O trabalho de Brad Peyton normalmente tem foco em explorar a natureza, mas em Atlas ele vai para o caminho da tecnologia. O diretor explica o motivo da escolha, “eu não pensei em fazer um filme sobre IA, o que me atraiu para o projeto, além de poder trabalhar com Jennifer, Simu e Sterling [K. Brown], que não pode estar aqui hoje, foi o tema da confiança. Acredito que a maioria dos nossos relacionamentos com algum significado em nossas vidas são construídos com base na confiança e respeito. Você até consegue conquistar o respeito de alguém facilmente, mas confiança é algo que eu acho difícil de conseguir das pessoas e elas de mim”. 

Ele completa, “eu fiquei fascinado com a ideia dessa mulher que não confia. Por razões válidas. Ela tinha muitos traumas de infância com os quais tinha que lidar. Foi isso que me conquistou. A complexidade dela ter sido abusada por uma IA e ficar presa em uma máquina controlada por IA é uma ironia que me fez sorrir”.

Como disse o diretor, Atlas é uma personagem que tem uma relação conturbada com IA, que nem sempre é negativa. Já o elenco revelou não gostar de usar muito esse recurso cada vez mais presente em nossas vidas.

Simu Liu é o único que usa o ChatGPT, apenas para criar itinerários de viagem, mas diz que “nós estamos no precipício de um momento revolucionário quando se trata de IA, acho que todos nós sentimos, muitos de nós da indústria do entretenimento sentimos e das artes sentimos isso. Acho que assustador é uma boa palavra. É imperativo para mim mantermos em mente que a humanidade sempre deve vir primeiro. Harlan é um bom exemplo do motivo pelo qual inteligência artificial nunca deve ser usada para tomar decisões. Nunca devemos deixar que algoritmos e dados sejam os líderes da decisão. Podemos usar essas coisas para melhorias e como ferramentas e para informar, mas nunca para liderar. Não quero trabalhar em uma indústria cujas decisões são tomadas por dados , que que sejam feitas por paixão e emoções humanas”.

“IA é algo que está aqui agora, mas não tira a responsabilidade das pessoas. Nós somos os responsáveis por isso. É uma ferramenta da qual precisamos ter responsabilidade na forma que a usamos”, completa o diretor.

Atlas já está disponível no catálogo da Netflix.