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Ainda Estou Aqui faz estreia mundial no Festival de Veneza

Divulgação

Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, foi selecionado para a competição oficial do 81º Festival de Cinema de Veneza. É a terceira vez que o cineasta participa do Festival, onde esteve em 2001 acompanhando a estreia de Abril Despedaçado e em 2009 recebeu o prêmio Robert Bresson, pelo conjunto da sua obra.

Rio de Janeiro, início dos anos 70, quando o país enfrenta o acirramento da ditadura militar. Estamos no centro de uma família, os Paiva: um pai, Rubens, uma mãe, Eunice, e seus cinco filhos. Vivem numa casa alugada em frente à praia, de portas abertas para os amigos. O amor pela música e pelas conversas, o humor e o afeto que compartilham entre si são suas próprias formas sutis de resistência à opressão que paira sobre o país.

Um dia eles sofrem um ato violento e arbitrário que irá mudar para sempre sua história. Eunice é obrigada a se reinventar e traçar um novo destino para si e seus filhos. A história emocionante dessa família, baseada no livro biográfico de Marcelo Rubens Paiva, ajudou a redefinir a história recente do país.

Protagonizado por Fernanda Torres e Selton Mello e com participação especial de Fernanda Montenegro, o longa é uma coprodução entre Brasil e França. O filme é o primeiro Original Globoplay, produzido por VideoFilmes, RT Features e Mact Productions, em coprodução com ARTE France e Conspiração. O roteiro é assinado por Murilo Hauser e Heitor Lorega.

No elenco também estão Valentina Herszage, Maria Manoella, Luiza Kosovski, Marjorie Estiano, Bárbara Luz, Gabriela Carneiro da Cunha, Cora Ramalho, Olivia Torres, Guilherme Silveira, Antonio Saboia, Pri Helena, Humberto Carrão, Maeve Jinkings, Dan Stulbach, Camila Márdila, Luiz Bertazzo, Lourinelson Vladmir, Thelmo Fernandes, Carla Ribas, Daniel Dantas, Charles Fricks, Helena Albergaria, Marcelo Varzea, Caio Horowicz, Maitê Padilha, Luana Nastas, Isadora Gupert, Alexandre Mello, Augusto Trainotti e Alan Rocha.

“Estamos felizes de ir a Veneza com um filme tão pessoal. O livro de Marcelo me marcou profundamente, e nos convida a olhar essa história do ponto de vista de sua mãe, Eunice. No centro desse relato há uma mulher que teve que se reinventar e romper com os laços patriarcais das famílias brasileiras. Eunice, em sua contenção, traça uma forma de resistência incomum. O livro e o filme podem ser vistos como um relato sobre a reconstrução de uma memória individual conduzida por essa mulher, que se sobrepõe à busca pela reconstrução da memória de um país, o Brasil. Essa sobreposição entre o pessoal e o coletivo é uma das razões pelas quais quis fazer este filme. A busca da família Paiva se confunde com a luta pela redemocratização do Brasil”, explica o diretor Walter Salles.

Para Marcelo Rubens Paiva, a participação de Ainda Estou Aqui no Festival de Veneza é um presente à sua família, descendente de italianos. “Ter um livro adaptado por Walter Salles, que conheceu minha família e viveu aquele período como testemunha, honra a nossa família”, comenta o escritor.

“Agradeço imensamente ao Marcelo por ter me dado a oportunidade de contar uma história tão pessoal, e às suas irmãs Vera, Eliana, Nalu e Babiu, por terem confiado na família que realizou o filme. Sem a generosidade, o apoio e as informações constantes que recebemos, essa jornada não teria sido possível. O fato de ter tido o presente de conviver com Nalu, Marcelo e a família Paiva na casa no centro da história torna esse filme muito especial para mim”, completa Salles.

Ainda Estou Aqui promove o reencontro entre Fernanda Torres e Walter Salles depois de Terra Estrangeira e O Primeiro Dia. Na última parte do filme, Eunice é interpretada por Fernanda Montenegro, que volta a trabalhar com Walter Salles 26 anos depois de seu trabalho em Central do Brasil – filme que ganhou o Urso de Ouro no Festival de Berlim, o Globo de Ouro de melhor longa estrangeiro e o Bafta de melhor filme em língua não inglesa –, e deu a ela o Urso de Prata de melhor atriz.