O filme A Maldição do Queen Mary é inspirado nas histórias do navio RMS Queen Mary, tido como um dos lugares mais assombrados do mundo. No terror, quando Anne, seu marido e o filho Lukas embarcam no navio, uma série de eventos aterrorizantes entrelaçam a família com o passado sombrio do Queen Mary.
Mas o filme dirigido por Gary Shore (Drácula: A História Nunca Contada) não é apenas uma história sobre o navio gravada em qualquer lugar, ele foi filmado no próprio transatlântico britânico aposentado! O longa alterna entre duas linhas do tempo, na primeira uma família da década de 1930 acredita que vai fazer uma viagem de rara extravagância, mas acabou num cruzeiro de horrores. Então, uma família moderna sobe a bordo do navio e se vê perturbadoramente ligada ao passado horrível do Queen Mary na linha do tempo atual. O filme é estrelado por Lenny Rush, Alice Eve e Joel Fry.
A história do Queen Mary
De acordo com o site oficial da embarcação, a construção do RMS Queen Mary começou em 1930 na Escócia, seis anos antes de sua viagem inaugural, em 1936. A responsável era uma das empresas que também construiu o famoso Titanic. O enorme transatlântico ostentava cinco áreas de jantar e salões, dois bares com piscinas, salão de festas e até mesmo um hospital. O Queen Mary foi o auge das viagens de luxo e transportou apenas a elite, desde estrelas de cinema e cantores até figuras políticas como Winston Churchhill. Ao longo dos seus anos como navio de cruzeiro, transportou cerca de 2,2 milhões de passageiros.
Durante a Segunda Guerra Mundial, a Inglaterra precisava desesperadamente de navios, então o Queen Mary foi temporariamente transformado em um navio de transporte para cerca de 810 mil militares. Foi despojado de todo o seu luxo, pintado de cinza e apelidado de O Fantasma Cinzento. Após o fim da guerra, no entanto, o navio foi restaurado à sua antiga glória e transportou passageiros de alta classe entre a Inglaterra e os Estados Unidos por mais algumas décadas. No entanto, quando a popularidade das viagens aéreas cresceu, a necessidade de um navios de luxo diminuiu. A embarcação fez sua última viagem em 9 de dezembro de 1967 e, desde então, está ancorada na costa sul da Califórnia.
Agora, o Queen Mary é um hotel flutuante e local de eventos, por cerca de mil reais, você pode pernoitar em uma das famosas suítes do navio. A própria equipe do hotel se aproveita das histórias de fantasmas pelos quais o navio é conhecido para atrair hospedes, além disso, oferece passeios assombrados a bordo do navio histórico. Os entusiastas podem até mesmo pagar para ficar na angustiante cabine B340, que nós vamos falar mais sobre em breve.
Mas e os fantasmas?
O Queen Mary ganhou reputação pelo misterioso número de mortes que aconteceram dentro dele. Foram mais de 55 pessoas em seus menos de 40 anos de atividade nos mares. De acordo com os diários de bordo, algumas delas foram acidentes, já outras pessoas morreram de causas naturais. Entre os casos terríveis, estão um mecânico do navio que foi esmagado por uma porta durante uma evacuação de emergência de rotina e uma jovem que se afogou em uma das piscinas.
Outro acidente significativo envolvendo o Queen Mary ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial. O transatlântico, cheio de soldados, acidentalmente colidiu com seu navio de escolta, o HMS Curacoa, e embora todos a bordo do Queen Mary tenham sobrevivido, o Curacoa perdeu 239 pessoas. É por isso que, entre as muitas assombrações relatadas no icônico navio desde a década de 1960, os avistamentos de soldados estão entre os mais comuns – mas estão longe de ser os únicos fantasmas no Queen Mary.
O RMS Queen Mary recebe hóspedes a bordo há décadas, anunciando luxo e uma rara oportunidade de mergulhar na história. Durante esse período, centenas de passageiros permaneceram a bordo, com muitos relatando muitos acontecimentos estranhos nos quartos, piscinas e salas de jantar. Muitas das histórias envolvem o mecânico esmagado e a jovem afogada, além de um homem chamado John Henry, cujo corpo teria sido descoberto na sala da caldeira.
É difícil dizer se estes são o resultado de espíritos reais que vagam pelo navio ou apenas algo da imaginação dos passageiros que já chegam ao local conhecendo as histórias de fantasmas. Para determinar se o navio era realmente assombrado, a administração do Queen Mary contratou o famoso investigador paranormal Christopher Chacon, que subiu a bordo na década de 1990 para testar o navio em sua totalidade.
A investigação durou 18 meses e envolveu uma variedade de instrumentos de última geração e a ajuda de uma equipe de cientistas, incluindo físicos, médicos e químicos. Após a investigação, Chacon afirmou que determinou que o Queen Mary teve uma média de três eventos por hora, com cerca de apenas 60% deles resultantes de fatores explicáveis. Ou seja, 40% das coisas estranhas não puderam ser explicadas…
A equipe de filmagem de A Maldição do Queen Mary relatou vários casos assustadores durante as filmagens. O produtor do filme, Brett Tomberlin, explicou (via Press-Telegram) que partes do navio estavam em construção durante as filmagens e eles foram proibidos de entrar nessas áreas. No entanto, eles eram constantemente repreendidos pela equipe do navio, que relatava pegadas molhadas nas salas fechadas – embora a tripulação estivesse inflexível de que nunca tivessem entrado no local.
O quarto mais assombrado
O quarto B340 é o mais assombrado de todo o navio. Eram originalmente três quartos separados quando o navio ainda transportava passageiros, mas quando foi transformado em hotel, juntaram tudo em uma grande suíte individual. Pouco depois da abertura do Queen Mary como hotel, os hóspedes começaram a reclamar de acontecimentos estranhos no local. Alguns relataram enjoos ou tonturas imediatamente ao entrar, enquanto outros diziam ouvir vozes, sons estranhos e até mesmo ter um breve vislumbre de alguém parado ao lado da cama. Segundo Stephen Sowards, gerente geral do hotel em 2018, o quarto teve que ser fechado.
A suíte B340 permaneceu fechada por 30 anos, mas na década de 2010 foi reformada e reaberta para hóspedes. O quarto passou a ser um deleite para os que procuram assombrações, ganhando uma nova decoração que inclui um tabuleiro Ouija, cartas de tarô e uma bola de cristal como parte de sua mobília. Além disso, há uma inscrição na parede do banheiro explicando como invocar a famosa loira do banheiro, cujas instruções indicam dizer seu nome três vezes enquanto fica de frente para o espelho. Apesar dos relatos dos passageiros, não se tem registro de nenhum caso de morte dentro do quarto em questão.
A Maldição do Queen Mary chega aos cinemas em 14 de dezembro de 2023 com distribuição da Diamond Films. O longa contará com apoio de acessibilidade para todos os públicos. Por meio do aplicativo MovieReading, a partir da estreia estarão disponíveis recursos de audiodescrição, legendas descritivas e LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais.