Após sete anos longe dos palcos, o Linkin Park fez seu retorno triunfal ao Brasil, marcando uma nova fase na história da banda. A turnê From Zero, que dá nome ao novo álbum, é um testemunho da capacidade do grupo de respeitar o passado enquanto abraça o futuro. Agora com a vocalista Emily Armstrong e o baterista Collin Brittain, a banda apresentou uma performance que equilibrou reverência à memória de Chester Bennington com uma energia renovada. O palco do Allianz Parque, em São Paulo, tornou-se o cenário de uma noite histórica, onde os fãs testemunharam o recomeço de uma das maiores bandas de rock dos anos 2000.
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O retorno do Linkin Park era cercado de incertezas, e não sem motivo. A perda de Chester Bennington em 2017 foi um golpe devastador, não apenas para a banda, mas para toda uma geração que encontrou nas letras da banda um refúgio emocional. Apesar do peso de carregar esse legado, a apresentação de ontem, que foi transmitida pela Multishow e Globoplay, deixou claro que o grupo encontrou uma forma de honrar essa memória sem ficar preso a ela. From Zero não é apenas um título; é uma declaração de intenções. É o ponto de partida para uma jornada que, embora diferente, carrega o mesmo DNA que fez do Linkin Park um fenômeno global.
A performance de Emily Armstrong foi um dos pontos altos da noite. Desde os primeiros acordes, ela mostrou ao público brasileiro por que foi escolhida para liderar a banda nessa nova etapa. Sua voz poderosa e versátil, aliada a uma presença de palco magnética, cativou os 46 mil presentes. Embora seja evidente que ainda exista uma certa insegurança, natural para quem assume o microfone de uma banda tão icônica, Emily provou que tem potencial para se tornar uma das maiores performers de sua geração. E o mais impressionante: sua voz ao vivo parece superar as gravações em estúdio, um feito raro no cenário musical atual.
O setlist foi cuidadosamente elaborado para equilibrar o novo com o familiar. As músicas do álbum From Zero tiveram destaque, especialmente “Two Faced”, uma canção que já desponta como favorita entre os fãs. Mas os clássicos também estavam lá, garantindo momentos de nostalgia e emoção. Hits como “Numb”, “In the End”, “Crawling” e “New Divide” foram recebidos com coro unânime do público, provando que as músicas do Linkin Park continuam a ressoar profundamente. E, talvez o mais impressionante, foi como Emily conseguiu imprimir sua própria marca nesses clássicos, mantendo a essência original, mas trazendo uma nova energia.
O show, que durou pouco mais de duas horas, foi uma verdadeira celebração. A conexão entre banda e público era palpável, uma troca de energia que culminou em um final apoteótico. Quando os últimos acordes foram tocados e os fogos de artifício iluminaram o Allianz Parque, ficou claro que o Linkin Park está de volta. E não apenas como uma sombra do que foi, mas como uma banda que tem muito a oferecer em sua nova fase. Para os fãs que não puderam estar presentes, há uma boa notícia: a banda já confirmou uma nova turnê pelo Brasil em novembro de 2025, com shows em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Porto Alegre.
Além disso, a apresentação de ontem será eternizada em um documentário que promete capturar a emoção desse retorno histórico. A ideia de incluir depoimentos de fãs sugere um tributo não apenas ao legado da banda, mas também ao apoio incondicional de seu público. Ao encerrar o show, o Linkin Park não apenas abriu um novo capítulo em sua história, mas reafirmou seu lugar como uma das bandas mais relevantes e resilientes do rock contemporâneo.