No Inferno, Anton Arcane é torturado. Na Terra, Abigail Cable sofre com a ausência do Monstro do Pântano. Mas será que ela não sofre pelo abandono de mais alguém? Isso é “Reunião”, publicada originalmente em Swamp Thing #59 (abril de 1987), com roteiro de Stephen Bissette e arte de Rick Veitch e Alfredo Alcala.
Abby sonha com sua infância. Sonha com quando era uma menininha e seu pai Gregori Arcane contava-lhe contos de fadas. Os sonhos sempre são estragados com as lembranças de como ele ficou depois que seu tio Anton tornou-o um monstro criado com retalhos de corpos, quase um monstro de Frankenstein. E o Arcane vilão, morto – da última vez – em “Balé de enxofre“, é torturado por demônios como foi visto em “Descida entre os mortos” e eles o obrigam assistir tudo.
Como trabalha agora em uma casa de repouso para idosos, Abigail acha que esse súbito pensamento em seu pai, morto há tanto tempo, é devido aos ambiente que vive agora. Ela está com problemas a se ajustar, porque não sabe como viver perto de idosos, é difícil ver essas pessoas sofrendo por chegar a idade.
Pouco sabe ela que seu pai ainda está vivo, se podemos chamar assim. Sem conseguir pensar direito e com seu corpo já se desfazendo, Gregori Arcane, o Homem Remendado, viu fotos de sua filha e a reconheceu. E adoraria vê-la de novo.
O legado de “Reunião”
O que mais chama atenção nessa história é o fato do roteiro não ser de Alan Moore, apesar dele obviamente ter ajudado na criação do enredo. Ficou então com Bissette o encargo de trazer essa narrativa.
O Homem Remendado havia aparecido nas primeiras histórias do Monstro do Pântano, ainda com Len Wein e Bernie Wrightson no comando. Ele reapareceu uma outra vez, talvez com a DC Comics pensando em criar uma série de terror própria dele, e sumiu. Dar um final ao personagem pareceu uma boa ideia.
Essa história também dá um final para Arcane – que seria revisto outras vezes – sofrendo no Inferno, mas também regozijando-se pelo mal que ainda consegue causar aos seus desafetos.
Próxima edição: Amor alienígena