Crítica | Star Wars: A Ascensão Skywalker

Quando a Disney comprou a Lucasfilm e anunciou a nova trilogia de Star Wars, havia um sentimento dúbio entre os fãs da saga, já que a última trilogia não se saiu tão bem. Contudo, foi prometido uma sequência direta de O Retorno de Jedi, prometendo novas aventuras e um universo a ser explorado nos novos filmes.

Mas, a Star Wars: A Ascensão Skywalker encerra a mais nova trilogia e não correspondeu. Acompanhamos uma nova saga, que apenas emulou tudo que já foi feito nos episódios 4, 5 e 6. O sentimento que fica ao assistir ao episódio 9 é de frustração. J.J. Abrams, que assume novamente a direção, é conhecido por dar péssimos finais em suas produções. O próprio confessou em entrevista ao The New York Times. E aqui se repete. O diretor se abraça apenas na nostalgia presente neste filme, e demonstra uma extrema dificuldade em se aprofundar nos aspectos mais refinados das histórias, apostando apenas no mistério de Rey, que se tornou mais cansativo do que instigante. Sua sorte é contar com um trio de personagens carismáticos. Se em O Despertar da Força ele conseguiu dar um bom início, a A Ascensão Skywalker resulta em um filme com tramas precárias, repetitivas e desfecho superficial dos personagens.

Na trama, o imperador Palpatine (Ian McDiarmid) vive. O líder supremo Kylo Ren (Adam Driver) o procura porque ele representa um desafio ao poder de Kylo, ​​mas Palpatine oferece a Ren o poder da Ordem Final, uma poderosa frota estelar que permitirá que Kylo Ren domine a galáxia. Em troca, Kylo Ren deve matar Rey (Daisy Ridley). Enquanto isso, Rey, Finn (John Boyega) e Poe (Oscar Isaac) têm a tarefa de encontrar um artefato especial que os levará ao Imperador para que eles possam detê-lo e a ameaça que ele representa para a galáxia. No entanto, ao longo do caminho, ela começa a aprender a verdade sobre sua origem.

Fica evidente que A Ascensão Skywalker é um longa inseguro, pois, está sempre preso na trilogia original. Se Palpatine não está morto, significa que o sacrifício de Darth Vader em O Retorno dos Jedi foi inútil. E como durante todo esse tempo, ninguém notou uma perturbação na força, enquanto Palpatine criava tranquilamente sua nova frota estelar? Se a Primeira Ordem termina dominante em Os Últimos Jedi, por que precisamos da Ordem Final mais do que a Primeira Ordem? Nada faz sentido.

Fica claro que os executivos da Disney, pouco se lixaram pra esses problemas, já que para eles os fãs querem sabres de luz, naves em perseguição e os personagens clássicos retornando. Lando (Billy Dee Williams) está de volta e sua participação se resume em dizer que apenas está vivo. Sua função é praticamente nula e não acrescenta na narrativa. Já Leia Organa (Carrie Fisher) sempre demonstrou possuir a força. Se acompanhou os livros e quadrinhos do universo expandido, estará bem informado. Mas, isso jamais foi trabalhado nos longas. Do nada, ela aparece como Mestra de Rey e a guiando para o caminho da força. E sua esperada despedida da saga é um dos momentos mais brochantes de todos os filmes. Não há emoção. Não há sentimento presente na cena.

Se Rian Johnson foi severamente criticado por fazer o certo em Os Últimos Jedi, já que deu continuidade para a saga e não ficou preso no passado, Abrams tem pavor de originalidade e de ousar neste longa. Ficou evidente que ele quis apaziguar a todos que odiaram Os Últimos Jedi por explorar com mais afinco o universo da saga, algo que sempre foi prometido. J.J. Abrams opta por um filme seguro e que não avança. Foram três filmes enchendo linguiça, desnecessários. Um filme bastava para resolver todo o mistério de Rey.

Mas o filme tem méritos. Rey é uma personagem espetacular, e muito se deve a performance competente de Daisy Ridley. Ela consegue passar a insegurança quando sua verdadeira força começa a despertar. Se tem algo que sempre vai estar presente em Star Wars é o duelo entre Luz e Escuridão, o conceito básico que depois se tornou clássico em muitas histórias de quadrinhos. A jornada de Rey, embora tenha muita enrolação, é crível. O pecado está na falta de desenvolvimento da personagem. O mesmo vale para Kylo Ren, um personagem de grande potencial, mas que foi pouco explorado. Até hoje, os Cavaleiros de Ren foram mais figuras alegóricas do que partes integrais da narrativa. Adam Driver é um baita ator e, assim como Daisy, passa propriedade e segurança em sua performance. Sua jornada ganha um desfecho justo, embora piegas.

Finn (John Boyega) e Poe Dameron (Oscar Isaac) possuem presenças tímidas. As cenas de ação são pragmáticas e não adicionam profundidade ou desafiam os protagonistas de maneira significativa. A linha narrativa se resume apenas a Rey. Finn, Poe, Chewie e BB-8 são meros ajudantes de luxo, o que leva a uma decepcionante falta de recompensa para o que fazem durante o longa, com exceção a Chewie na última cena.

As cenas de ação são as menos eletrizantes. As perseguições espaciais não fogem muito do que já foi visto nos longas anteriores. O único momento empolgante é o duelo de sabres entre Rey e Kylo. Os dois atores novamente se entregam e presenteiam os fãs com um combate marcante para a saga.

Star Wars: A Ascensão Skywalker encerra a nova trilogia repetindo tudo que já foi feito antes. Não houve avanço. Um desfecho burocrático. Havia potencial para fazer coisas diferentes e lidar com os pontas soltas da história. Criada em 1977, Star Wars é uma das franquias mais populares de todos os tempos. E, no entanto, há um medo de estabelecer novos rumos para a saga. Tanto J.J. Abrams e Rian Johnson (este impedido) optaram por fugir dessa responsabilidade de estabelecer um novo universo. É esperar que a nova trilogia prometida pela Disney consiga trazer algo de novo.

A Ascensão Skywalker se resulta em uma conclusão barata, frágil e facilmente descartável.

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Regular

Star Wars: A Ascensão Skywalker encerra a nova trilogia repetindo tudo que já foi feito antes. Não houve avanço. Um desfecho burocrático. Havia potencial para fazer coisas diferentes e lidar com os pontas soltas da história. Criada em 1977, Star Wars é uma das franquias mais populares de todos os tempos. E, no entanto, há um medo de estabelecer novos rumos para a saga. Tanto J.J. Abrams e Rian Johnson (este impedido) optaram por fugir dessa responsabilidade de estabelecer um novo universo. É esperar que a nova trilogia prometida pela Disney consiga trazer algo de novo.

A Ascensão Skywalker se resulta em uma conclusão barata, frágil e facilmente descartável.

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