Em “Padrões de crescimento” (lançada originalmente em The Saga of the Swamp Thing #37, em junho de 1985) dá largada a um dos arcos de histórias mais memoráveis na história da Nona Arte: o Gótico Americano. Essa edição da Saga do Monstro do Pântano conta roteiro de Alan Moore e arte de Rick Veitch e John Totleben.
Enquanto o Monstro do Pântano se recupera de seu confronto com o Fuça-Radioativa, em “Notícias do Fuça-Radioativa – Capítulo Um“, um personagem desconhecido começa a falar com pessoas bastante diferentes entre si. Todas elas falam de um grande mal que está chegando, que eles tem menos de 12 meses até o fim do mundo.
Alheio a isso, o Monstro do Pântano começa a crescer. Seu corpo foi destruído, então ele começa a criar um novo, do início. Como sua consciência vive no “verde“, como aprendemos em “Empantanado“, ele começa a crescer como uma nova planta, um broto que nasce no meio do pântano. Abigail o encontra e o ajuda, apesar de não saber bem como se cuida de uma planta.
O homem misterioso, um inglês loiro que veste sobretudo e é a cara do Sting, descobre algo em comum: todas essas pessoas que ele encontra sonham com uma pessoa com a cabeça virada. Como se essa criatura misteriosa os perseguisse.
O legado de “Padrões de crescimento”
A saga do gótico americano é, talvez, o arco mais lembrado e celebrado da longa fase de Alan Moore com o Monstro do Pântano. Nele, o monstro vai percorrer os Estados Unidos, encarando todo tipo de criatura sobrenatural, que são despertadas para causar o apocalipse.
Junto com os monstros que o Monstro do Pântano vai enfrentar, ele vai encontrar diversos problemas palpáveis e reais. Violência contra a mulher, racismo, pobreza… No gótico americano, Alan Moore vai fazer os leitores conhecerem esse lado dos Estados Unidos.
Essa ideia não era necessariamente nova. Pouco mais de dez anos atrás, Dennis O’Neil e Neal Adams juntaram o Lanterna Verde e o Arqueiro Verde e fizeram ambos saírem em uma viagem pelos Estados Unidos, para conhecerem a verdadeira cara da América. O que Moore fez foi inserir o elemento terror.
Esse lado de viagem pelos Estados Unidos foi incorporado depois pelo selo Vertigo e se tornou uma de suas grandes características. Sandman, Preacher, Y: o Último Homem, Hellblazer, sempre parecia que os personagens passavam a história viajando para cá e para lá. Foi uma das heranças que A Saga do Monstro do Pântano deixou para a DC Comics.
Outra delas, também muito importante, foi o misterioso homem que surge nessa história. Criado por Alan Moore, Stephen Bissette e John Totleben, aparece pela primeira vez o personagem que teria a revista mais longeva da Vertigo: John Constantine.
Próxima edição: Águas paradas