Um dos quadrinhos mais hypados do momento. Assim podemos chamar Venom 1, escrito por Donny Cates (Motoqueiro Fantasma Cósmico, Thanos) e desenhado por Ryan Stegman, da Marvel Comics, que a Panini Comics está lançando no Brasil em formato mensal. Esse número 1 reúne as duas primeiras edições americanas.
Começou com uma piada. Pessoas jogando em latas de lixo suas edições de Watchmen, falando “eu não preciso mais disso, agora a melhor de todas é o Venom, do Donny Cates!”. Rimos tanto que eu decidi dar uma chance a esses quadrinhos. O lançamento indicava que era apenas para surfar na onda do filme, estrelado por Tom Hardy.
Qual foi minha surpresa quando descobri que o material era genuinamente bom. E não só bom nível regular. Muito bom. As comparações com Alan Moore existem porque, semelhante ao bruxo de Northhampton, Donny Cates pega tudo que sabemos sobre o personagem, sua origem e motivações, e decide subverter. Lembram de Lição de Anatomia, com o Monstro do Pântano? É a mesma pegada. Tudo que aconteceu ainda vale, só que não era exatamente como você imaginava. A história mostra isso de cara, com as primeiras partes contendo um momento de Beowulf, clássica lenda nórdica.
Eddie Brock, o Venom original, está em um mal momento. Desempregado, passando necessidades e agora também sofrendo com seu simbionte. Existe algo de errado com ele. Está descontrolado, desesperado, e não sabe explicar seus motivos. Tudo piora quando eles decidem impedir um assalto e quando assumem a forma de Venom, a aparência está estranha e ele está selvagem e descontrolado, disposto a matar em cruzar seu caminho.
Rex Strickland aparece e controla a situação. Ele tem uma missão. Alega que não é de hoje que existem simbiontes na terra e que o governo americano os tem usado como super soldados provavelmente desde o Vietnã. Rex foi um desses soldados. Os outros estão em perigo, e Venom precisa resgatá-los.
Esse é o início da saga, escrita por um inspirado Donny Cates e muito bem desenhada por Ryan Stegman, que une a série com elementos que já apareceram no Thor de Jason Aaron. Muitas coisas estranhas vão acontecer com Eddie Brock, e o universo dos simbiontes vai ganhar uma profundidade e riqueza até então não imaginada. Como eles não cansam de repetir: “Deus está vindo”.