Ler é Bom, Vai | Betina Vlad & O Castelo da Noite Eterna

Uma das melhores sensações que tenho, é quando literalmente quebro a cara em relação a um livro. Tal fato já aconteceu algumas vezes, tanto positiva como negativamente. Mas uma coisa é sempre certa: a sensação é maravilhosa. Não pensem que gosto de me decepcionar com um livro, mas quando o faço, tomo como exemplo para não julgar o próximo. E isso para mim, é certamente um aprendizado. Com Betina Vlad & O Castelo da Noite Eterna, tive uma grata e feliz surpresa.

Ao receber o livro por meio da parceria com a Editora Avec, pensei em deixá-lo para depois. Afinal, a capa do livro é um desenho e logo pensei se tratar de uma história imatura e infantil. Perdoem o preconceito, mas se serve de consolo, foi um dos livros mais divertidos e mais bens escritos que li esse ano. Pontos para Douglas MCT, o autor de Betina Vlad & O Castelo da Noite Eterna. Depois dessa, é claro que precisei trazer seu livro para o Ler é Bom, Vai!, pois assim como eu, espero que outros se surpreendam com a leitura.

Sinopse

Em O Castelo da Noite Eterna, Betina Vlad, uma jovem que aos dezesseis anos descobre que é uma sobrenatural, filha de Drácula, parte em uma jornada de aventura e terror por um castelo que guarda segredos, desafios e uma traição. Tudo isso enquanto ela e seus novos amigos monstros tentam resgatar uma garota como eles das garras da Inquisição Branca, ao mesmo tempo que são perseguidos por Van Helsing.

Van Helsing
Reprodução

Betina Vlad & O Castelo da Noite Eterna

Como o nome do livro já diz, a história é centralizada em Betina Barbosa. Ela segue sua vida como jovem de 16 anos da melhor maneira que pode. Primeiramente, Betina vive em entre o orfanato onde mora e a casa da melhor amiga Lucila. Mesmo que siga um estilo obscuro e gótico, a menina tem um bom coração e um senso de humor aguçado. Fã de Allan Poe e Supernatural, ela vê nos monstros uma maneira de fugir de sua realidade monstruosa. Betina sente falta da mãe e de ter alguém por perto, buscando nos clássicos de Drácula, por exemplo, uma fonte de inspiração para seu dia a dia. O que a menina não imagina, porém, é que um dos seus ídolos é na verdade, seu próprio pai.

Quando estranhos acontecimentos passam a assombrar a cidade de Cruz Credo – sim, o nome é esse, mas não, isso não torna o livro mais ou menos infantil -, a vida de Betina vira de pernas para o ar. Pessoas que ela tanto amava não eram quem ela pensava e a menina encontra conforto em seus clássicos do cinema. É então que ela viaja até o Castelo da Noite Eterna, onde encontra criaturas sobrenaturais e finalmente conhece seu pai.

“Devo confessar que eu esperava ver o Gary Oldman de cartola. Mas à minha frente estava um homem de quase dois metros de altura, trajando um paletó e calça pretos de alfaiataria de alta costura. Era pálido como eu, o cabelo cinzento tinha um penteado elegante e era raspado nas laterais.”

Betina Vlad & O Castelo da Noite Eterna
Reprodução

O Que Achamos?

Como dito anteriormente, Betina Vlad & O Castelo da Noite Eterna foi uma surpresa agradabilíssima. Fico feliz que meu preconceito bobo pela capa desenhada não tenha me impedido de ler o trabalho de Douglas MCT. Primeiramente, o autor realmente soube descrever seus personagens de maneira detalhada e não cansativa. Li o livro em dois dias, pois não consegui mais largá-lo. A trama é repleta de detalhes, que são fundamentais para compreendermos o ambiente como um todo. Mas em momento algum mergulhamos para o buraco negro em que muitos livros acabam se encontrando, onde a história se torna monótona e cansativa. Certamente não me cansei de Betina Vlad em momento algum.

Não sei se foi intenção do autor, mas consegui pegar referências a diversas outras sagas de ficção (que fique bem claro aqui, que estou falando de referências e não cópia). Em alguns momentos o livro me lembrou Percy Jackson, enquanto em outros me vi lembrando de Os Legados de Lorien. MCT conseguiu trazer essas lembranças com suas palavras e isso foi algo que deixou, para mim, sua história ainda mais especial. Nunca achei que iria gostar tanto de uma história de vampiro adolescente aos 24 anos!

Betina Vlad & O Castelo da Noite Eterna
Reprodução

Os Personagens

A grande sacada do livro são seus personagens, que de tão bem desenvolvidos que foram, não precisam de muito para levar a  história sozinhos. Em muitas situações inclusive, esqueci que o livro era narrado em primeira pessoa. Mesmo que estivesse no centro das ações, MCT conseguiu fazer com que Betina desse um panorama geral para o público. A menina é extremamente engraçada e sarcástica e confesso ter me identificado muito com ela. Alguns de seus movimentos são previsíveis, assim como muitos de outros personagens, mas nada que atrapalhe o conjunto da obra.

Além da protagonista, outras criaturas sobrenaturais merecem destaque. Adam e Tyrone são os dois melhores amigos que eu gostaria de ter se fosse uma vampira – até certo ponto, pelo menos. O menino nerd é chato na medida certa, enquanto o lobisomem atrai um quê de romance para o clima tenso do livro.

Por fim, não há como falar do livro sem mencionar Drácula. Estamos acostumados a ver o lado demoníaco do personagem nos cinemas e gostei muito do que o autor fez com a figura do vampiro no livro. Sinto que ainda há muito por vir, mas o lado paternal despojado caiu muito bem, em minha opinião. Mal posso esperar pela continuação!

Betina Vlad & O Castelo da Noite Eterna
Divulgação/Editora Avec
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