Ler é Bom, Vai | Em Outra Vida, Talvez?, de Taylor Jenkins Reid

O livro escolhido para o Ler é Bom, Vai! de hoje, está certamente entre os melhores que li esse ano. Confesso que provavelmente não iria lê-lo se não fosse a Aliança de Blogueiros Literários do Rio de Janeiro. Embora tenha me apaixonado pela história nos primeiros capítulos, sua capa esconde o grande conteúdo no interior. Toda feita em tons pastel, a ilustração é bonita e delicada, ao contrário do turbilhão de emoções que estão em suas páginas. Publicado pela Editora Record, Em Outra Vida, Talvez? marca a estreia da autora no Brasil. Inegavelmente, Taylor Jenkins Reid começou sua trajetória com o pé direito.

Sinopse

Hannah Martin está perdida. Aos 29 anos, já morou em várias cidades e trabalhou em incontáveis lugares – mas nada disso a ajudou a decidir que rumo dar à vida. Depois de sofrer uma decepção amorosa, ela resolve voltar para Los Angeles. Para comemorar a mudança, nada melhor do que reunir velhos amigos num bar. E é lá que Hannah reencontra Ethan, seu ex-namorado da adolescência. No fim da noite, tanto ele quanto Gabby lhe oferecem carona. Que dúvida! Será que é melhor ir embora com a amiga? Ou ficar até mais tarde com Ethan e aproveitar o restante da noite? Em realidades alternativas, acompanhamos os dois cenários, com desdobramentos bem diferentes.

O Livro

Logo nas primeiras palavras, achei que estava diante de mais um romance clichê. Analogamente a capa, a história começa como muitas outras tradicionais do gênero. Não se deixe enganar por primeiras impressões, Taylor Jenkins vai te surpreender. Com efeito de transmitir as emoções reais da trama, a mesma é narrada em primeira pessoa. Hannah é a protagonista, uma mulher de 29 anos que está em busca da vida. Dessa forma, já se mudou para diversas cidades procurando encontrar um lar. Depois de percorrer o mapa dos Estados Unidos, ela se vê obrigada a voltar para Los Angeles, sua cidade natal. Lá reencontra sua melhor amiga, assim como um ex-namorado que marcou sua adolescência.  A história segue um ritmo linear, até Hannah ser obrigada a fazer uma escolha. Então o livro revela a que veio.

Embora pareça que a decisão de Hannah foi tomada, logo percebemos o que está acontecendo. O livro nos mostra as duas realidades possíveis a partir de determinado momento. O que aconteceria se ela dissesse sim? A história segue seu rumo. Entretanto, e se ela dissesse não? A autora também nos mostra essa opção. De forma paralela, Hannah segue trajetórias completamente diferentes e encontra dois grandes amores. Mesmo que optemos por um dos rapazes, logo nos encantamos com o outro. Assim como a protagonista, escolher entre os dois é algo, sem dúvidas, complicado. Em Outra Vida, Talvez?, tenhamos maturidade e consciência para tal.

Em Outra Vida, Talvez?
Divulgação/Editora Record

O Que Achamos?

A originalidade da história é o principal motivo de destaque. Estamos acostumados a ler apenas uma das versões de um relacionamento, mas sabemos que não funciona assim na vida real. Somos diariamente forçados a tomar decisões que terão consequências no futuro. Hannah tem a oportunidade de descrever ambas as realidades e cabe aos leitores optar por uma delas. Mas será que precisamos mesmo? Não apenas temos a opção, como somos conquistados pelas duas vertentes.

Em contraste com a capa calma e simples, a vida de Hannah é bem agitada. A protagonista é divertida e espontânea, e suas descrições nos colocam dentro do livro com ela. Embora tenha sofrido alguns incidentes em seu percurso para felicidade, ela consegue nos fazer desejar que tivéssemos sua vida.

A maneira como Taylor Jenkins descrever seus personagens é incrível. Embora não precisamos de informações extremamente detalhadas, são as características individuais que tornam as duas realidades tentadoras. Não pense, porém, que estamos diante de um conto de fadas moderno. Sim, Hannah encontra seu final feliz, mas passa por poucas e boas antes de atingi-lo. É provável que tal estratégia tenha sido adotada pela autora para produzir um material orgânico e verdadeiro. E funcionou. Em Outra Vida, Talvez? flui diante de nossos olhos, e antes que percebamos, o livro acabou.

” Posso cometer um monte de erros e posso agir sem pensar. Posso até ser o tipo de mulher que nem se dá conta de que está grávida quando isso deveria ser totalmente óbvio, mas também sei que às vezes eu me meto em confusões…e que depois consigo sair delas sozinha” – Em Outra Vida, Talvez? 

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