Rivais | Crítica Rivais | Crítica

Rivais | Crítica

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Rivais, novo longa dirigido por Luca Guadagnino (Me Chame pelo Seu Nome) e estrelado por Zendaya, Mike Faist e Josh O’Connor, se passa em 2019 e acompanha astro do tênis Art Donaldson (Mike Faist), cuja esposa, o ex-fenômeno Tashi Duncan (Zendaya), é agora sua implacável treinadora e gerente de negócios. Depois de uma série de derrotas, ele precisa recuperar a confiança, então Tashi o inscreve em uma competição local na esperança de uma vitória fácil. Porém, seu principal rival é Patrick Zweig (Josh O’Connor), seu antigo melhor amigo e ex-namorado de sua esposa.

O roteiro de Justin Kuritzkes vai e volta no tempo, nos fazendo olhar de um lado e para o outro dessa história, assim como olhamos a bola de tênis em uma partida. Intercalar momentos da história dos três personagens desde quando se conheceram, até a final do campeonato em que Art e Patrick disputam pelo título, faz com que o espectador fique concentrado no filme, esperando para descobrir o que aconteceu para que eles chegassem até ali – o que talvez não tivesse sido tão eficiente se o filme fosse feito de forma linear.

O relacionamento entre Art, Patrick e Tashi começou 13 anos antes do torneio atual, quando os dois jogadores eram uma dupla e conheceram a então jogadora prodígio em um evento para jogadores de tênis. Ao saber que ambos estão afim dela, Tashi brinca que não quer ser uma destruidora de lares – já que Art e Patrick são amigos desde os 12 anos de idade. Esse comentário surge por ela sentir um enorme vinculo e uma tensão homoerótica entre os rapazes – assunto que Guadagnino sabe trabalhar muito bem.

Rivais

Patrick acaba vencendo esse primeiro set e namora Tashi por um tempo. Após o término entre eles e a lesão que acabou com a carreira dela nas quadras, Art acabou se casando com Tashi – e o senso de competição só se intensificou desde então. Até os momentos finais, parece que Art e Patrick, que antes competiam pelo número de telefone de Tashi, agora competem por sua atenção. Ela, sentada exatamente entre os dois, gira a cabeça de um lado paro o outro, acompanhando a bola, mas também demonstrando como se sente de alguma forma dividida em relação aos dois homens.

Muito mais do que a história em si, Rivais se destaca pela forma como ela é contada. O tênis é uma metáfora para os conflitos entre essas três pessoas que são amigas, amantes e rivais. As cicatrizes e lesões mostradas em vários pontos remetem à dor física, mas também são um lembrete de que as ações dos personagens vem com um preço. Esse triangulo amoroso poderia render apenas um filme para adolescentes, mas com sua cronologia complicada, cenas de nudez frontais (que garantiram um classificação para maiores de idade nos EUA) e partidas que são como cenas de sexo, se torna um filme bastante inovador e adulto.

Ao contrario de muitos filmes sobre esportes em que os são personagens extremamente competitivos ou devem passar por uma grande superação, Rivais tem um dos personagens que está desgostoso em relação ao esporte, uma personagem cuja superação nunca veio e deve aceitar que seus dias de glória se foram e um personagem que já está ficando velho demais para finalmente chegar lá. Além de não se encaixar exatamente no gênero de filmes de esportes, ele também não é exatamente um drama ou uma comédia, mas uma mistura muito bem feita de tudo isso.

A trilha sonora intensa de Trent Reznor e Atticus Rosse e os planos que mostram o tênis de maneira nunca vista antes nos fazem mergulhar ainda mais nos dramas desses personagens cujas obsessões levam ao triunfo e à queda durante vários momentos de suas vidas.

Rivais é um filme provocativo e um dos dramas mais engraçados e sexy do ano, até o momento.

Rivais estreia 25 de abril nos cinemas brasileiros, com sessões acessíveis. Mais informações podem ser obtidas diretamente nos cinemas de cada cidade.

4

Ótimo

De forma sensual, engraçada e elétrica, Rivais mostra o relacionamento de Art, Tashi e Patrick dentro e fora das quadras de tênis, durante 13 anos de suas vidas. O longa tem um roteiro inovador, uma trilha sonora marcante e ótimas atuações. Vale a pena ser visto na telona.