A Paramount Pictures preparou um evento especial para os brasileiros, uma coletiva virtual do filme Bob Marley: One Love, que foi realizada no dia 5 de fevereiro, em São Paulo. Por vídeo exibido em uma sala de cinema, a imprensa e convidados acompanharam o bate papo com o produtor e filho de Bob Marley, Ziggy Marley, o diretor Reinaldo Marcus Green e o ator Kingsley Ben-Adir, que interpreta o protagonista.
O Poltrona Nerd abriu a roda de perguntas ao questionar Kingsley Ben-Adir sobre a preparação para interpretar um dos maiores ícones da música e as diferenças entre interpretar uma pessoa real de um personagem fictício. Segundo o ator, tudo depende do tipo de personagem. Ele também já interpretou Malcolm X em Uma Noite Em Miami, mas foi completamente diferente interpretar Bob por ele ser um músico e artista, já que ele precisou entender como uma pessoa se expressa através de um tipo de arte específico. Ele também revelou que foi muito interessante aprender mais sobre música, algo que ele não tinha muito conhecimento prévio.
Também revelou que processo de tentar entender ou descobrir quem o Bob era em seus momentos mais vulneráveis foi grande parte de seu trabalho. “Eu tive que entender quem ele era com a família, fora da figura pública ou da ideia que as pessoas tinham dele. Para isso, foi necessário uma conversa com o Ziggy [Marley], com a família e com os amigos dele. Foi quando eu realmente tive que ouvir mais do que nunca porque eu nunca conseguiria descobrir quem ele era em um nível pessoal sem o apoio da família. E achar a nuance da vulnerabilidade dele precisou de muitas conversas com o Ziggy, com o Reinaldo, com o Neville Garrick – que infelizmente faleceu – mas que esteve conosco todos os dias no set e que esteve com o Bob na turnê do Exodus, então, eu diria que tentar achar a vulnerabilidade do Bob foi um desafio, mas eu tive o apoio de tantas pessoas que conheceram e amaram ele.”
O ator revelou que cada trabalho anterior faz com que ele aprenda algo novo sobre a arte, sobre ele mesmo ou sobre atuação. Então, interpretar Malcolm X de alguma forma, que ele não sabe exatamente qual, o ajudou a interpretar Bob Marley, assim como todos os seus trabalhos anteriores serviram de bagagem para que ele chegasse até aqui. Para ele, descobrir que iria interpretar Bob Marley não o deixou com vontade de comemorar, ele apenas se deu conta de que teria muito trabalho pela frente. Inclusive, ele queria acabar logo outros trabalhos que estava fazendo para focar completamente em sua preparação para Bob Marley: One Love.
Ao contrário de Kingsley Ben-Adir, que aprendeu muito sobre música durante a produção do filme, Ziggy Marley diz que a parte musical não foi nenhuma novidade para ele, o mais importante foi aprender mais sobre o estado emocional de seu pai durante o período abordado no filme. Apesar da convivência entre os dois, ele pode descobrir novas facetas e emoções de Bob Marley durante uma época de muito sucesso, mas também de muitos dramas pessoais.
Ao ser questionado sobre qual sua principal memória sobre seu pai, Ziggy disse que não existe uma em específico. “Meu pai é uma parte de mim, é impossível me separar dele, somos como um só, tanto física quanto espiritualmente”, completou em resposta ao jornalista.
O longa não segue a narrativa tradicional das cinebiografias e foca em um período de tempo curto: a história de Bob entre 1976 e 1978. Reinaldo Marcus Green comenta que esse foi um período muito rico, não apenas da vida do artista, mas também para a história da Jamaica. “Escolhemos mostrar uma ‘janela’ da vida do Bob que nos permitisse destacar sua humanidade. É um grande desafio especialmente quando se trata de um ícone como ele e era nossa responsabilidade fazer isso da forma mais autêntica possível, mostrando o homem que está por trás das roupas. Conseguimos isso graças ao Kingsley Ben-Adir e ao Ziggy Marley”.
Para os três, Bob Marley: One Love pode ajudar a espalhar a mensagem de Bob Marley para novas gerações. Para finalizar, eles também revelaram suas músicas favoritas. Para Kingsley Ben-Adir essa música mudava toda semana e é impossível escolher apenas uma, mas algumas músicas que ele acredita nunca terem sido lançadas se tornaram suas favoritas, como Jailbreaker, Jump Them e So Jah Seh. Para Ziggy Marley também é impossível escolher apenas uma música, mas teve um álbum que marcou sua adolescência, que é o Survival. O diretor Reinaldo Marcus Green elegeu Redemption Song sua favorita, pois é a mais familiar de uma forma que cria uma conexão profunda e tem um lugar em seu coração.
Bob Marley: One Love celebra a vida e a música de um ícone que inspirou gerações por meio de sua mensagem de amor e união. Na tela dos cinemas pela primeira vez, o público vai descobrir a poderosa história de superação e a jornada por trás de sua música revolucionária. Dirigido por Reinaldo Marcus Green (King Richards: Criando Campeãs), o filme é estrelado por Kingsley Ben-Adir e Lashana Lynch. Também integram o elenco James Norton, Tosin Cole, Umi Myers e Anthony Welsh.
O filme ainda conta com produção executiva de Brad Pitt, ao lado de Richard Hewitt, Orly Marley, Matt Solodky. Ao lado da família Marley, assinam a produção Robert Teitel, Dede Gardner e Jeremy Kleiner. Distribuído para os cinemas pela Paramount Pictures, o longa é produzido pela Plan B Entertainment, State Street Pictures e Tuff Gong Pictures. A cinebiografia já está em cartaz nos cinemas brasileiros.
