Gatos No Museu I Crítica

Gatos No Museu é baseado na história real dos gatos que vivem no Museu Hermitage, na Rússia. Esses felinos têm a importante missão de proteger as obras e manter o museu livre de roedores e pragas.

No longa somos apresentados à Vincent, um gato muito corajoso que nasceu no mar e nunca tinha pisado em terra firme até que uma tempestade o derrubou do navio e fez com que ele fosse parar em uma ilha deserta. Lá, o gatinho ruivo passou a viver em uma mansão ao lado de um cachorro com quem não consegue se entender muito bem. Então, uma tempestade e um estranho acidente fazem com que a casa seja destruída e Vincent quase morra, mas ele é salvo pelo ratinho Maurice, de quem se torna amigo. Eles são resgatados por marinheiros e acabam indo parar no Museu Hermitage, na Rússia.

Lá, eles encontram com um esquadrão de elite formado por gatos, cuja missão é proteger as obras de arte da ameaça dos roedores. Vincent, desesperado para pertencer a uma família e encontrar seu lugar no mundo, quer que este novo grupo o aceite, mas ao mesmo tempo não quer arruinar sua amizade com Maurice, a quem os gatos do museu querem comer.

Vincent caminha sobre uma linha tênue entre esconder seu amigo dos outros gatos e tentar se juntar a eles para proteger os muitos tesouros. Uma tarefa ainda mais difícil pelo fato de que ratos gostam de provar obras de arte magníficas, Maurice não é exceção. Com a entrega iminente da Mona Lisa ao museu para uma exposição, Maurice está extremamente ansioso para provar algo em que nenhum outro rato afundou os dentes.

Mas, nosso protagonista acaba ficando distraído ao ver a furtiva Cleópatra. Qualquer romance, porém, deve ser colocado de lado quando Maurice acidentalmente liberta o fantasma do museu de sua prisão de mais de um século. Uma série de perseguições bastante banais e estranhamente explicadas passam a acontecer, enquanto nossos heróis trabalham juntos para desmascarar um ladrão de arte com planos de criar suas próprias obras-primas.

Vincent luta para definir suas prioridades e deve fazer o inesperado para ajudar a salvar a pintura mais famosa do mundo de uma ameaça maior do que ele jamais imaginou.

Gatos No Museu é uma aventura que as crianças mais novas provavelmente irão gostar, por ser colorido, repleto de gatinhos fofos e perseguições bobas. Mas certamente não entenderão as dezenas de referências à grandes artistas que são jogadas durante toda a trama. Ainda assim, é uma maneira de expor os pequenos a algumas das pinturas mais famosas do mundo e quem sabe gerar um desejo de conhecer arte e museus.

Já os mais velhos provavelmente concordarão que algumas coisas no filme não fazem muito sentido. A primeira delas é o fantasma, sua aparição não agrega em absolutamente nada no enredo, que deveria ter focado apenas no plot principal sobre a proteção da Mona Lisa dos possíveis perigos que a obra poderia sofrer no museu. A segunda é que, em pleno 2023, a única personagem feminina do filme é completamente estereotipada. A gata Cleópatra age como uma donzela em perigo e está ali apenas para ser o par romântico de Vincent. Suas reflexões envolvem se perguntar “por que os meninos são tão estranhos?” e “o que há de errado comigo?”. Ela poderia ter um relacionamento com o protagonista e ao mesmo tempo ser parte ativa do esquadrão que cuida do museu, o que a tornaria muito mais interessante.

O terceiro ponto é a dublagem. O filme original é russo, mas vimos uma cópia dublada em inglês e parece que algumas coisas podem ter se perdido nesse processo de tradução, os personagens tinham uma grande mistura de sotaques e os diálogos pareciam bem forçados. Pelo trailer nacional, dá pra perceber que o trabalho de dublagem em português é superior. É possível que ele ajude a melhorar um pouco a experiência do público.

No geral, o filme consegue passar a mensagem do quão importante é acreditar em si mesmo, aprender seu valor e encontrar seu lugar no mundo, procurando se cercar de pessoas que te entendem.

Gatos No Museu chega aos cinemas em 10 de agosto de 2023 com distribuição da Imagem Filmes.