Imperdoável | Crítica

Imperdoável, nova parceria entre Sandra Bullock e Netflix, é uma adaptação em filme da minissérie britânica de mesmo nome. Quem acompanhou a produção original vai notar algumas diferenças para o filme, que foca todas as lentes na performance de Bullock.

O longa chegou a ser lançado no final de novembro nos cinemas de alguns países com o objetivo de atrair os festivais de cinema.

Imperdoável | Crítica
Divulgação/Crítica

Dirigido por Nora Fingscheidt, Imperdoável trabalha várias camadas. Toda narrativa é cercada em traumas, culpa e uma segunda chance. Na trama, Sandra Bullock interpreta Ruth Slater, uma mulher que cumpre uma pena de 20 anos após assassinar um policial. Quando retorna à comunidade, a mulher ainda é vista como uma criminosa, sofre hostilidade, quando tudo que ela deseja é reencontrar a sua irmã, que presenciou ainda criança o crime.

A produção foi uma das muitas que sofreram com a pandemia. As filmagens foram iniciadas no início de 2020 e foram encerradas somente no final daquele ano. O longo período de pós-produção pode ser tanto bom quanto ruim. No caso de Imperdoável foi ruim pela falta de ritmo e a forma superficial que a narrativa utiliza as cenas de flasback. Outro ponto é importante foi a maneira como longa subaproveitou a presença de vários nomes importantes no filme. O elenco conta com Viola Davis, Jon Bernthal e Vincent D’Onofrio, que são escanteados de forma abrupta. Davis ainda consegue se sobressair com a melhor cena do filme, quando finalmente a verdade é revelada sobre o crime. Porém, são poucos minutos e ela simplesmente sai de cena.

Sandra Bullock tem uma performance hábil. Ruth é uma mulher que engoliu em seco a culpa de um crime e como título bem diz, imperdoável. Ela suporta toda violência física e psicológica quando confinada e nada muda quando sai da cadeia. Ela não reage até por compreender o sentimento daquelas pessoas. E ela também não reage porque seu objetivo foi proteger a irmã.

O grande pecado do filme está na superficialidade. Toda hostilidade que Ruth sofre, as cenas ambientadas no passado e os personagens coadjuvantes apenas estão ali para complementar e não para acrescentar.

Imperdoável não soube aproveitar o seu potencial. Um longa com muitas discussões pertinentes, mas que se perde na gratuidade. Vale pela boa performance de Sandra Bullock e os vinte minutos finais. Uma produção que visou os festivais de cinema, mas apenas conseguiu ser uma boa dica de fim de semana da Netflix.

3

BOM

Imperdoável não soube aproveitar o seu potencial. Um longa com muitas discussões pertinentes, mas que se perde na gratuidade. Vale pela boa performance de Sandra Bullock e os vinte minutos finais. Uma produção que visou os festivais de cinema, mas apenas conseguiu ser uma boa dica de fim de semana da Netflix.