Sex Education – Terceira temporada | Crítica |

Sex Education, série criada por Laurie Nunn, está entre as melhores (senão a melhor!) produções da Netflix. Misturando humor e drama, a série trouxe para a mesa discussões sobre sexo na adolescência, e os tabus sobre determinados assuntos, destacando o quanto a desinformação e o moralismo são prejudiciais para jovens que estão se descobrindo.

Sex Education - Terceira temporada | Crítica |
Divulgação/Netflix

Em sua terceira temporada, a série mostra que ainda há muito assunto para debater, mostrando o quanto esses personagens são riquíssimos e com muito a nos dizer.

Após os eventos da segunda temporada que fizeram o colégio de Moordale ganhar o apelido de “Escola do Sexo”, Hope (Jemima Kirke) é designada para assumir a direção do colégio, e com ela trazendo mudanças conservadoras. Com essa nova postura, a experiência escolar dos alunos se torna mais rígida, e coloca em cheque suas individualidades e relacionamentos.

Laurie Nunn traz novamente com sua equipe de roteiristas a importância da informação nas escolas. A diretora Hope representa o moralismo exacerbado e a vista grossa sobre a personalidade dos adolescentes. Cada um deles vive seu dilema, tem sua personalidade. E a diretora simplesmente acredita que o problema é a falta de pulso firme e que adolescentes são todos iguais.

Mas, embora Hope possa soar como antagonista, ela esconde os seus dilemas pessoais. Dilemas esses que moldaram para essa personalidade mais fria e pouco sentimental. Inclusive, esse é outro ponto importante nas temporadas de Sex Education. A série não busca apontar vilões e mocinhos. São adultos e jovens encarando problemas que podem afetar a vida de qualquer um.

A terceira temporada é mais uma aula de narrativa sobre personagens. Há espaço para todos brilharem outra vez. Otis (Asa Butterfield) e Maeve (Emma Mackey) buscam se reconectarem novamente, Jean (Gillian Anderson) precisa encarar uma inesperada maternidade. O relacionamento entre Eric (Ncuti Gatwa) e Adam (Connor Swindells) passam por desafios que ressaltam a importância do diálogo. Outros personagens ganham uma notável reviravolta, como a mesquinha Ruby (Mimi Keene), que de mesquinha não tem nada. Os primeiros episódios revelam quem é a jovem de verdade, e que tudo ali não passa de uma figura que criou para esconder suas fragilidades. Quem também ganha mais espaço é o Sr. Groff (Alistair Petrie), o antigo diretor de Moordale. Seu passado traumático é explorado com a chegada do seu irmão. vivido por Jason Isaacs (Harry Potter).

Novos personagens chegam na série. Destaque para Cal (Dua Saleh), que traz a discussão de uma pessoa não binária. Elu acaba mexendo com o coração de Jackson (Kedar Williams-Stirling), que está passando por uma fase de redescobertas após deixar a equipe de natação. Foi importante o tempo que a série reservou para os dois, mostrando as dúvidas de Jackson com os pronomes Elu/Delu. A resolução foi uma das mais bonitas da temporada.

A terceira temporada de Sex Education se aprofunda nos personagens e entrega sua melhor temporada. Foi mais uma prazerosa e intensa jornada. E o motivo é simples: impossível não se identificar com uma série que trata de forma tão genuína temas como amizade e cumplicidade.

5

EXCELENTE

A terceira temporada de Sex Education se aprofunda nos personagens e entrega sua melhor temporada. Foi mais uma prazerosa e intensa jornada. E o motivo é simples: impossível não se identificar com uma série que trata de forma tão genuína temas como amizade e cumplicidade.