Selena: The Series – Segunda Parte | Crítica |

Cinco meses depois, a segunda e última parte de Selena: The Series chega à Netflix. A série narra a trajetória meteórica da cantora mexicana-americana Selena Quintanilla, que teve sua carreira encerrada de forma precoce por uma tragédia.

Selena: The Series - Segunda Parte | Crítica |
Divulgação/Netflix

Diferente da primeira parte que peca por um roteiro travado e com episódios inflados, a segunda parte novamente desenvolvida por Moisés Zamora (Star, American Crime) abordam de fato os melhores e mais esperados momentos da carreira de Selena.

Na segunda parte de nove episódios, Selena (Christian Serratos) tenta conciliar sua vida pessoal e seus projetos como artista. É um olhar mais profundo e atento sobre suas experiências e sentimentos conflitantes enquanto se torna famosa e se aproxima de gravar seu primeiro álbum em inglês. O casamento com o guitarrista Chris Perez (Jesse Perez), o lançamento da boutique e os grandes shows são trabalhados de forma mais eficiente nessa temporada.

Produzido pelos irmãos da cantora, AB e Suzette, era esperado que Yolanda não ganhasse mais destaque do que ela já teve ao longo dos 26 anos da morte de Selena. Mas é interessante a forma como a sua presença é inserida nos episódios. É como um predador à espreita. Fato é que Yolanda sentia inveja do sucesso e da beleza de Selena. Ela queria sugar tudo que podia da cantora, que a tinha como sua melhor amiga.

Apesar de estar com sua família e marido, a série mostra que Selena era solitária. Ela não tinha amigos fora desse núcleo. Essa carência fez com que a jovem enxergasse em Yolanda uma amiga, uma confidente. E Yolanda, que demonstra sinais de psicopatia, se aproveitou da fragilidade de Selena.

Christian Serratos está bem mais a vontade no papel aqui. As performances musicais está bem melhores, destaque para performance no clipe de “Amor Proibido”, onde os fãs devem se emocionar com a recriação fiel do vídeo, além da semelhança entre a atriz e a cantora. Contudo, seu melhor momento é na recriação do espetáculo em Astrodome. É como se a série levasse todos de volta para o ano de 1995. Tudo está devidamente caprichado, desde figurino, o palco e os números musicais. Serratos entrega sua grande performance na sequência de “Como La Flor”. Dançante. Emocionante.

Há também o momento mágico sobre o encontro inusitado entre Beyoncé e Selena. A diva pop ainda era uma adolescente que sonhava ser cantora. Ela acabou encontrando por acaso Selena e, esse encontro acabou se tornando, nas palavras de Beyoncé, muito importante para o que ela viria a se tornar anos depois.

Os dois últimos episódios preparam o público para o momento trágico da vida de Selena, mas não busca se aproveitar do drama e forçar as lágrimas do espectador. A cena de seu assassinato remete a um flash, assim como foi sua jornada meteórica. Uma jovem com muitos planos e uma carreira grandiosa perdeu a vida aos 23 anos. O crime de Yolanda continua revoltante e traz muitas reflexões sobre em quem devemos depositar nossa confiança.

Por fim, Selena: The Series encerra da forma como a cantora merece. Com cumbia e seu conhecido largo sorriso. Já passaram 26 anos, mas a cantora continua viva e presente para seus milhares de fãs.

4

ÓTIMO

Por fim, Selena: The Series encerra da forma como a cantora merece. Com cumbia e seu conhecido largo sorriso. Já passaram 26 anos, mas a cantora continua viva e presente para seus milhares de fãs.