Um Príncipe em Nova York 2 [Crítica]

Um Príncipe em Nova York 2 [Crítica]
Divulgação/Amazon Prime Video
Um Príncipe em Nova York 2 marca o retorno de Eddie Murphy aos bons tempos. Durante os anos 80 e 90, o ator se estabeleceu com um dos principais comediantes de Hollywood, que sempre fez piada de si mesmo e da indústria que o abraçou. 33 anos depois, Murphy retorna ao papel do Príncipe Akeem Joffer ao lado de grandes nomes, tirando onda com a cultura pop e com o cinema americano que desandou em fazer sequências de clássicos filmes do passado.

Com o lançamento restrito ao cinema devido à pandemia, a sequência da esperada comédia chega com exclusividade no Amazon Prime Video, trazendo nostalgia e apresentando os queridos personagens ao novo público. Os mais velhos não irão conseguir segurar a alegria em ver Eddie Murphy e Arsenio Hall juntos novamente. A sintonia entre os dois permanece intacta, proporcionando momentos divertidíssimos.

Dirigido por Craig Brewer a partir do roteiro de Barry W. Blaustein e David Sheffield, com colaboração de Kenya Barris, a trama mostra que o príncipe Akeem tem um filho que ele nunca conheceu na América. Para tornar o enredo plausível, o roteiro recria a icônica cena de Semmi buscando uma companheira para Akeenm em uma boate, que contou com a presença de MC Peaches. Na noitada, Semmi (Arsenio Hall) conhece Mary Judson (Leslie Jones) e sua amiga neste clube e, na tentativa de se dar bem, arrasta o Akeem embriagado para a casa de Mary. Sem ter muitas lembranças daquela noite, o príncipe esqueceu que acabou se relacionando com Mary. Apesar de ter três filhas — uma delas com todos os requisitos para assumir o trono — ele vai buscar o filho bastardo no Queens, em Nova York. Ele é Lavelle (Jermaine Fowler), um jovem de 31 anos que tenta encontrar seu caminho no mundo. Acreditando nas leis impostas pelo pai Jaffe Joffer (James Earl Jones), Akeem acredita que só um homem pode ocupar o trono de Rei, causando desconforto nas três filhas.

Enquanto isso, o General Izzi (Wesley Snipes), irmão de Imani Izzi (Vanessa Bell Calloway), aquela prometida para Akeem no primeiro filme (que não para de latir), está de olho no impasse envolvendo a sucessão do reino e propõe uma união entre as famílias. Pertencente à uma nação rival, o General não esconde a intenção de assassinar Akeem caso o acordo não aconteça.

Um Príncipe em Nova York 2 tem muitos méritos. Principalmente na parte técnica. Com a ajuda da tecnologia de rejuvenescimento, eles recriam de forma impressionante a cena da boate no filme de 1988, onde Eddie Murphy e Arsenio Hall reaparecem jovens novamente. Se o longa original já trazia um visual riquíssimo, a sequência amplifica, sendo uma grande homenagem ao povo africano.

Trazendo muita representatividade, como no filme de 1988, Um Príncipe em Nova York 2 conta com importantes nomes negros também fora das telas. É o caso da ganhadora do Oscar Ruth E. Carter, que ganhou a estatueta de Melhor Figurino por Pantera Negra em 2019. É justo que ela tenha trabalhado nesse filme, já que Zamunda é uma inspiração de Wakanda. O trabalho de Ruth é magistral, resgatando a beleza das tribos. O palácio de Zamunda se torna hipnótico; com belíssimos trajes, onde você não vai conseguir tirar os olhos da tela.

O humor do filme continua afiado, com piadas sobre a cultura pop (Pantera Negra não poderia ficar de fora!), a passagem de Trump na presidência e muitas autocríticas. O filme novamente conta com homens no protagonismo, sendo que o terceiro ato reserva uma grande reviravolta e piadas sobre masculinidade.

A jornada de Lavelle traz uma sensação de familiaridade. Ele vive o mesmo dilema do pai Akeem, sendo prometido para a filha do General Izzi, sendo que na verdade ele ama outra pessoa. Suas dúvidas obrigam que Akeem faça uma reflexão sobre sua gestão como novo Rei. É aí que o longa proporciona o momento mais emocionante com o diálogo entre Akeem e Cleo (novamente interpretado por John Amos), onde eles relembram os ensinamentos da mãe de Akeem, vivida pela falecida atriz Madge Sinclair. Foi um momento importante, onde a atriz é lembrada com saudade e que sua personagem sempre foi a principal conselheira para o filho.

Sobre as performances, destaco a atuação divertida de Wesley Snipes como o General Izzi. Ele não se leva a sério em nenhum momento no papel de  um vilão. E aí está a graça. Com seus trejeitos, ele consegue ser muitíssimo engraçado ao mesmo tempo que é ameaçador. Outra boa presença é de Leslie Jones, trazendo o humor clássico e ágil do SNL.

Vale ressaltar a dublagem nacional do filme, que contou com muitos nomes do filme original. Trouxe um frescor de Sessão da Tarde ao reconhecer tantas vozes que marcaram a nossa infância.

Um Príncipe Nova York 2 foi como rever os antigos amigos da escola. Você vai gostar de ver aqueles rostos familiares com quem compartilhou experiências tão divertidas. Um filme bem clichezão, mas que trazem temas atuais como representatividade e empoderamento feminino. Por fim, o filme nos lembra como é bom rir de si mesmo.

3

BOM

Um Príncipe Nova York 2 foi como rever os antigos amigos da escola. Você vai gostar de ver aqueles rostos familiares com quem compartilhou experiências tão divertidas. Um filme bem clichezão, mas que trazem temas atuais como representatividade e empoderamento feminino. Por fim, o filme nos lembra como é bom rir de si mesmo.