Selena: The Series | Crítica |

Selena: The Series | Crítica |
Reprodução/Netflix

Selena: The Series é mais uma produção latina da Netflix sobre um ícone musical. Depois de Luis Miguel, a plataforma de streaming aposta na cantora mexicana-americana Selena Quintanilla, que encantou o público latino na década de 80 e 90, mas que teve sua carreira encerrada de forma precoce por uma tragédia.

Apesar de sua história está presente em telejornais, documentários e no filme de 1997 estrelado por Jennifer Lopez, ainda somos supreendidos com o destino dela, já que lutamos para acreditar que seu destino será trágico.

A primeira parte da série chegou no último dia 04 de dezembro. Desenvolvido por Moisés Zamora (Star, American Crime), os nove episódios buscam esmiuçar a trajetória da cantora, focando em sua infância e juventude. Assim, rapidamente criamos um vínculo com Selena, e isso se deve ao carisma de Christian Serratos (Crepúsculo, The Walking Dead).

A escalação da atriz caiu como uma luva no papel da estrela tejana. Ela lembra mais a artista do que Jennifer Lopez, que atuou bem no filme, mas não se assemelha fisicamente com Selena. Ver Christian em cena, principalmente nos créditos de abertura do primeiro episódio, foi como se estivessemos viajando para Corpus Christi, a terra natal da cantora. Foi como se Selena estivesse ali presente, mesmo que por alguns segundos.

Entretanto, a série peca por apresentar um roteiro travado, talvez para segurar o grande clímax na próxima parte. Por exemplo, Selena ficou marcada por seu grande talento vocal, mas a série pouco explora, dando mais espaço para o fato dela adorar trocar de cabelo, fazer compras e desenhar suas próprias roupas. E é só. Para quem não conhece a trajetória da artista, dá uma falsa compreensão sobre a garota.

Outro grande problema em Selena: The Series foram nos números musicais, algo que os fãs mais esperavam ver e irão se decepcionar. Parece que não houve nenhum ensaio. Estamos falando de ritmo latino, sensualidade e a série resumiu Selena y Los Dinos como um grupo vestindo roupas extravagantes que arriscam um “dois pra lá e dois pra cá”. Só.

Pelo menos, as atuações não decepcionam. Assim como Edward James Olmos brilhou na adaptação cinematográfica, Ricardo Chavira está sensacional como Abraham, o pai de Selena. Ele parece rabugento, durão, mas é uma figura adorável e se torna um leão quando precisa proteger sua família. Selena e seus irmãos AB e Suzette só se tornaram grandes músicos devido ao trabalho árduo do pai.

Noemí Gonzalez também se destaca como Suzette, irmã mais velha e baterista do Los Dinos.

Há motivos suficientes para assistir a primeira parte de Selena: The Series. Mesmo que a magia ao redor da artista não tenha sido replicado da forma que merecia. Mas ainda há brilho, há atores empenhados em contar uma incrível história. Na maioria das vezes, latinos são vistos nos EUA como traficantes de drogas ou membros de gangues. Selena: The Series é uma jornada de uma família apaixonada pela arte e que nos brindou com uma voz que nos encanta até hoje.

 

3

Bom

Há motivos suficientes para assistir a primeira parte de Selena: The Series. Mesmo que a magia ao redor da artista não tenha sido replicado da forma que merecia.